quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Saudade, 10 de Agosto de 2011, 22h35

Irmão...
eu sinto uma saudade tão grande de você...
Saudade daquela pessoa que eu tinha tanto orgulho;
daquela pessoa que me fazia perder a vaidade;
daquela pessoa que me fazia perder os medos;
daquela pessoa que estava sempre forte.

Meu doce irmão...
sempre disposto;
sempre com esperança;
sempre com um sorriso no rosto (mesmo sendo isso impossível fisicamente);
sempre com uma garra e uma certeza de vencer, aliás, vontade de viver...
Eu nunca vi nada igual...

A vovó se parece demais com você (mas, graças a Deus, ela não tem a doença que você tinha). Aliás, você lembrava que era doente?
Por muitas vezes, eu vi que não...

Te amei tanto, meu querido...
Te fazer feliz, me fazia feliz!
Embarcar nos seus sonhos, me fazia lembrar como é bom sonhar, aliás, como é possível realizar sonhos!

Ah... meu querido... que falta você me faz...
Saudade do seu abraço apertado;
seu aperto de mão que eu brigava quando você apertava muito forte;
Saudade do seu exemplo de generosidade, solidariedade, humildade...

Morro de saudades de vc...

Aquele dedão do pé engraçado;
aquela barriguinha branquinha e cheia de cicatrizes que relembravam sua luta e fé;
aquela orelha que eu zombava;
aquela sua vontade de dançar e cantar, mesmo sem poder cantar...

Quem vai gravar o cd de músicas comigo?
Quem vai entrar na igreja, no dia do meu casamento, comigo? (pois é... eu ia fazer uma surpresa pra você...)
Quem meu futuro marido vai poder chamar de cunhado?
Quem apertaria minha mão quando eu estivesse indo ter bebê?!!! ;-(

Quando você se foi, eu pensei que estivesse perdendo um pedaço de mim.
Curioso como o mesmo Deus que nos uniu, também achou por bem nos separar.
Mas o bom disso tudo é que eu amo tanto esse Pai que a gente tem em comum que eu sei que um dia estaremos juntos de novo.
Melhor que isso: por muito amor a você, sei que Ele fez isso por ser o melhor a você.
E como eu também sempre te amei muito, eu sempre quis o melhor pra você.

E esse mesmo Pai que agora enxuga as minhas lágrimas,
foi Ele quem foi capaz de me ajudar a continuar vivendo,
trabalhando,
brigando,
me arrependendo (rs),
correndo na rua,
me fazendo ler,
brincar,
sorrir,
até estudar, sabia?
Viu só? To estudiosa e batalhadora igual a você!

Continuo pedindo a Deus pra levar seu exemplo onde, quando, como e o quanto eu puder!
Continuo pedindo a Deus que me ajude a sonhar... sonhar muito, muito, muito!

E em cada realização de um sonho (pois sei que eles são possíveis!!), eu vou lembrar de você...

E vou lembrar do quanto eu queria que você estivesse comigo sempre, em cada momento...
O quanto eu morria de saudades só do fato de te deixar em casa e ir trabalhar...

E é por você ter sido tão cativante;
é por você ter conquistado a mim e a tantas pessoas;
é por você ter sido quem foi;
amado e lutado como você amou e lutou;
é por eu ter te amado tanto mas tanto... que eu agradeço a Deus pelo privilégio de termos nos conhecido.

Sabe que hoje em dia eu não posso ouvir alguém falando com sotaque angolano que eu vou logo puxando conversa?
Pois é...
Simplesmente eu A-DO-RO falar de você...

Amo meu Pai do Céu que botou um amor no meu coração GIGANTE por você!!!

Ai, meu Deus...
que saudade...
quanta saudade...
tanta saudade...
E que ótimo que ele está no Seu colo agora. Muito obrigada.

Um bjo, querido Deus.

P.S.: Salomitos, o Dia dos Pais está chegando e eu estava pensando nos últimos Dia dos Pais que vivemos, como irmãos, e você sempre surpreendendo o Luiz com o maior carinho do mundo...

Você era incrível !
Você faz muita falta!
E eu daria tudo pra ter um outro Salomão na minha vida...
Não se preocupe: eu já pedi isso a Deus ;-)

Sempre te amei muito, meu maninho Salomão!!!!!!!!!!!!!

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Lembrando nós dois...

"Se tem bigodes de foca
Nariz de tamanduá
-Parece meio estranho, hein!
-Rum!
Também um bico de pato
E um jeitão de sabiá...


Mas se é amigo
Não precisa mudar
É tão lindo
Deixa assim como está
E eu adoro, adoro
Difícil é a gente explicar
Que é tão lindo...


Se tem bigodes de foca
Nariz de tamanduá
-E orelhas de camelo, né tio?
-É!
Mas se é amigo de fato
A gente deixa como ele está...


É tão lindo!
Não precisa mudar
É tão lindo!
É tão bom se gostar
E eu adoro!
É claro!
Bom mesmo é a gente encontrar
Um bom amigo...


São os sonhos verdadeiros, quando existe amor
Somos grandes companheiros
Os três mosqueteiros
Como eu vi no filme...


É tão lindo!
Não precisa mudar
É tão lindo!
Deixa assim como está
E eu adoro e agora
Eu quero poder lhe falar
Dessa amizade que nasceu
Você e eu!
Nós e você!
Vocês e eu!
E é tão lindo!...
-Tio!
-Hein!
-É legal ter um amigo, né?
-É maravilhoso
Mesmo que ele tenha
Bigodes de foca
E até um nariz de tamanduá
-E orelhas de camelo tio, lembra?
-Orelhas de camelo?
-É tio!
-É mesmo, orelhas de camelo!
Mas é um amigo, não é?
-É!
-Então não se deve mudar!"

(A Turma do Balão Mágico & eu & Salomitos :-)

domingo, 7 de agosto de 2011

Flores nas janelas > Europa de Julho de 2011























Fecho os olhos e lembro dos nossos passos ainda naquela procura do balcão do check-in, rumo à nossa super viagem em família.

Quando eu era pequena, aliás, até à idade em que comecei a trabalhar, minha mãe fazia das tripas coração para que viajássemos sempre que fosse possível. Acho que veio daí minha paixão por viagens: sair do meu lugar, da minha cultura, da história da minha cidade e ir de encontro ao novo, ao inesperado e a tudo o que isso pode me acrescentar intelectual e emocionalmente.

Ta certo que já fiz as minhas viagens sozinha e, outras vezes, viajei trechos sozinha e trechos acompanhada mas assim, mega viagem com meus pais, foi a primeira vez. E aí eu vi que há emoção não apenas da viagem mas da experiência de estar todos os dias, todos os segundos, com aquelas pessoas que precisam estar de comum acordo, comum saúde - rs - comum paciencia... e por aí vai.

Lisboa nos aguardava de braços abertos, com um sol radiante. Como não tinha conhecido Lisboa completa desde a outra viagem, dessa vez pude visitar lugares não vistos e também experimentar hábitos familiares de viagem como, por exemplo, sempre dar uma parada para comer algo típico e não apenas sair andando desenfreadamente com um sanduíche nas mãos. ;-)

Apreciamos a boa comida de restaurantes e não nos cansamos de ir à Confeitaria "Pastéis de Belém", fundada em 1837!!!. Meu Deus!!! Cada doce!! Vão ficar nos meus sonhos!! =) Olha que nem sou fã de doce mas esses eram realmente incríveis!

Curtimos cada cantinho da cidade, inclusive o Palácio de Sintra (da outra vez só conheci as muralhas do castelo dos mouros). Nos revezamos nas fotos e o bom de tudo é que nossos olhares atuam, por vezes, rumo a outros prismas. O que traz como consequência fotos maravilhosas, isto é, o que um olho não viu, o outro não deixou escapar! =D

Seguimos rumo ao Sul de Portugal, para a região do Algarve, que eu tanto queria conhecer. Na cidade de Albufeira (no Faro), nos encantamos com as belíssimas praias e a enorme infra-estrutura: caminho de madeira até às barracas de praia (todas padronizadas), os chuveiros muito bem localizados... entre outras delicadezas. À noite, andamos pela "rua dos bares", onde vimos um pouco de tudo: lojinhas, gelatterias (sim... os portugueses aderiram ao gelatto italiano que, por sinal, ainda custa mais barato que na Itália!), padarias que ficam abertas até tarde e que lotam, devido às promoções (após às 18h, todos os doces custam 1 euro! e é cada doce...!! hum...!!), além, claro, de restaurantes apetitosos e bares animados com karaokês. Pois é... pra quem pensava que isso estava ultrapassado, na verdade, na noite de Albufeira, é o que há! Pessoas se divertindo tentando cantar - afinadamente, rs - e tentando acompanhar as letras das músicas. Essa rua, por sinal, é um local muito democrático. Vê-se gente de toda parte do mundo numa socialização bem bacana!

A missa na Catedral de Albufeira - pequena, acolhedora e lotada - nos emocionou com o sermão: o padre dizia que servíamos de grande testemunho por estarmos ali dentro, num dia de sol esplendoroso, com praias estonteantes lá fora porém, nós ali, fazendo o nosso "pouco" para um Deus tão grandioso, amoroso e generoso!! Sim, pois tudo o que estávamos vivendo e vendo, era tão somente muito bem criado por Deus e graças a Ele, tínhamos o nosso salário bem juntadinho para pagar por aqueles momentos inesquecíveis... ;-)

De Albufeira, seguimos para Lagos, onde eu nunca imaginaria que encontraria praias mais belas ainda! Depois de um "tour" panorâmico, ficamos na Praia do Camilo, com um formato todo especial de falésias esculpidas dentro do mar (mas bem próximas à areia) e dos mais variados formatos. Para fechar o dia, um jantar com pôr-do-sol (aquele pôr-do-sol europeu que acontece por volta de 21h30) na praia de São Rafael (quando voltamos à Albufeira). O restaurante é estratégico, bem em cima da areia, com todas as janelas expostas ao mar e todas as mesas privilegiadas com aquele visual abençoado por Deus.

No dia seguinte, voltamos pra Lisboa pra pegar um avião pra Barcelona. Nossa querida e cultural Barcelona, nos esperava! Já foi minha segunda visita a essa cidade que respira arte por todos os lados! E que maravilha voltar aí ! Visitamos as preciosidades do incrível Gaudi: a "Casa Batlò", a "La Pedrera", o "Parc Güell" com sua harmonia de sempre (só que dessa vez com mais flores! lindas! acho que quando fui na Primavera, a estação estava meio atrasada pois, agora no verão, o parque estava ainda mais repleto de lindas flores!). Como boa “rata de praia” que mamãe é, fiz um tour diferente em homenagem a ela: tiramos umas horas para caminhar na orla da praia de Barcelona desde "Mar Bella" até à praia de "Barceloneta". Caminhando entre essas duas praias, passamos pelo Porto de Barcelona, todo restaurado (e muito bem restaurado) devido às Olimpíadas que aconteceram poucos anos atrás. Uma Marina gracinha... :o)

E como Barça (carinhosamente por mim chamada) é uma cidade com muitas opções, ainda nos restavam várias coisinhas especiais: a "Arena de Barcelona" (ex-local de touradas, como a que existe na "Praça dos Touros" em Madri) hoje abriga lojas e cinemas e, a Igreja da "Sagrada Família" (também de pura responsabilidade do fantástico Gaudi) e que, claro, praticamente dispensa comentários. A fila que dá voltas no quarteirão (percebi isso agora no Verão pois quando fui na Primavera, não tinha não ;-) vale completamente o esforço, ainda que debaixo de um sol de 35 graus (que eu a-do-ro! :-)

A Igreja concentra uma inspiração incrível de Gaudi quando, vemos por todos os lados, a mais extraordinária harmonia entre colunas, torres, pássaros, árvores... e toda história da salvação! A vida de Jesus está presente de forma completa, de maneira que cada pedacinho da Igreja mescla arte e encenação de todos os momentos da vida de Cristo. No subsolo, um acervo impressionante de todo o árduo trabalho de Gaudi, todos os seus rascunhos e toda sua história de vida. Tudo muito fascinante!
Nos despedimos de Barça conhecendo o terraço da "Arena de Barcelona", onde há uma vista deslumbrante da Catedral de Barcelona, de um jardim bem bonito, dos portões da entrada da cidade...

Justamente porque não tenho muito apreço pelo frio que, nunquinha reclamo do sol. Justamente porque fazia 35 graus em Portugal e na Espanha, eu só dava pulos e pulos de alegria! Mas qual não foi a surpresa quando chegamos à Alemanha e nos deparamos com 10 graus em pleno Verão europeu! Pois é... vejam só... rs. Mas tudo bem. Se quem tá na chuva é pra se molhar, quem ta de férias na Europa, mais uma vez, e indo rever as minhas queridas primas, é pra curtir!! Graças a Deus, tínhamos levado algumas roupinhas de frio (que foram acrescentadas com roupinhas emprestadas pela minha prima, rs) e lá fomos nós passear por Nurembergue e Fürth (cidades coladinhas uma na outra e cheias de história e visuais encantadores...). Em Nurembergue, as fontes com esculturas que retratam a dura história do Holocausto, o castelo da cidade que também está rico de histórias e nos remete a uma bela vista da cidade. Aí, pertinho do castelo, está a casinha mais antiga da Alemanha! Uma fofura... Enfim, apesar do Nazismo, os alemães se reergueram, com certeza, em muitos aspectos e sua cultura dá um banho nos quesitos organização, valores, cidadania... A começar pela credibilidade em acreditar na índole do seu povo que não precisa passar por roletas para pegar um metrô. As autoridades simplesmente confiam que as pessoas vão comprar o bilhete de metrô e aí sim, usarão o meio de transporte. Impressionante né?!

Em Fürth, uma cidadezinha menor que Nurembergue, os cafés nos enchiam os olhos com suas tortas apetitosas de maçã e muitas outras geniais (aí já estava a competição gastronômica com as confeitarias de Portugal... ai ai ai... minha barriguinha! rsrs). Haja silueta para ser mantida com tantas coisas boas apresentadas! Tivemos que começar a nos segurar para não virarmos uma bolinha e voltarmos pra casa rolando... rsrs. Ainda bem que caminhamos bastante em Fürth, nos seus parques e florestas magníficos! Árvores impetuosas, gramas perfeitas que nem parecem de verdade, um caminho no meio de todo aquele verde e um rio que sempre nos acompanhava à margem. E assim, não mais que de repente, um roseiral no meio do parque. Depois, mais surpresas com flores das mais variadas espécies, hortinhas e muitas outras belezas naturais! Um cenário que frio algum fez-nos desanimar!

Outro momento especial na Alemanha foi a Crisma de uma das minhas priminhas: a Kathrin. Fui convidada para ser sua madrinha (quanta responsabilidade ;-) e como foi gostoso estar ali, naquele momento marcante e emocionante. Realmente, por tudo, podíamos agradecer a Deus! Estávamos vivendo dias incríveis... Junto com tudo isso, a tal convivência familiar que, antes estava sendo entre eu e meus pais e, na Alemanha, nos juntamos à família da minha prima. Aí vivemos uma rotina diferente da viagem, como se não estivéssemos viajando mas sim, como se estivéssemos morando por algum tempo ali, fazendo parte da rotina daquela família. Ver seus hábitos, suas saudades do Brasil, seus ensinamentos de sua cultura, seus olhares alemães sobre a rotina e sobre vida, futuro... Que delicioso foi sentar à mesa e conversar tanto, sobre tudo... e o melhor: conviver e, vez ou outra, chegar no "personagem" Deus. Minha priminha mais nova (Carolin), chegou a prender o dedinho da mão entre a brecha do banco e sua unha levantou. Isso trouxe uma dor que ela chorou tanto mas tanto... Levantamos da mesa correndo e enquanto um buscava por gelo, outro buscava por algo para enrolar o gelo e outro enxugava as lágrimas dela... Curioso como de um simples fato, vi um laço tão bonito de família. Meu padrasto - também encantador - cuidou da minha priminha como se fosse sua filhinha, contando histórias pra ela, explicando porque o dedo tinha ficado roxinho, o que melhoraria e o que não era bom que ela fizesse... Tudo isso com um tom tão grande de carinho que fiquei emocionada. Mais uma vez, agradeci a Deus por ter conhecido - em plena viagem - esse lado paternal do meu padrasto com crianças. Colocou minha priminha pra dormir e ainda fez graça da situação. Arrancou sorrisos, bateu fotos e, no fim, todos tínhamos nos divertido e nos emocionado com aquilo tudo... :o)

No dia seguinte era dia de partir. Mas nada como um "até breve" para nos fazer chorar menos! ;-)

Chegamos a Zagreb, capital da Croácia. Um povo bem acolhedor mas que não conhecemos mais profundamente pois estávamos de passagem para Split (cidade litorânea da Croácia e segunda cidade mais importante da Croácia, depois da capital Zagreb). Chegando a Split, uma chuvinha me assustou. Afinal, não dava pra ir à praia (foco de Split) com aquela chuvinha. Só que Deus - que toma todos os nossos planos bem na frente de nós mesmos - já tinha calculado tudo: os nossos primeiros dias, na verdade, não eram em Split mas sim, em Medugorje (pegaríamos um ônibus em Split rumo a Medugorje, na Bósnia, e depois sim, voltaríamos a Split). E assim foi: apenas dorminos 1 noite em Split (a noite chuvosa) e saímos de manhã cedo (uma manhã também chuvosa) mas que nos levava a Medugorje (uma região de montanhas e super especial, que vem sendo estudada devido aos relatos das aparições de Maria aí). Chegamos a pensar que não havia problema chover por lá (já que não era região de praia) mas qual não foi a nossa surpresa quando, lá pela metade do dia, saiu um sol inesperado por entre tantas nuvens e fez-nos admirar um cenário ainda mais bonito. Aquela região cercada de altas montanhas, ricas experiências espirituais, pessoas buscando estar ainda mais próximas de Deus, vinha nos mostrar um cenário espetacular, lá do alto do monte (meio a carvalhos e rochas) - o monte onde estuda-se o caso das aparições - um cenário perfeito, um visual lindo e mais um momento inesquecível.

Quando deixamos Medugorje, também deixamos um gostinho de "quero mais" da Europa Oriental, com pessoas hospitaleiras, simples e fortes. Pessoas que enfrentaram até pouco tempo atrás um período de guerras (assim como na Croácia) e vem se reconstruindo e seguem se orgulhando de sua pátria, seus pontos turísticos e tudo o que podem oferecer, da forma mais graciosa possível.

Depois de sairmos de Medugorje para voltar a Split e passarmos - de ônibus - babando com a vista da janela que nos apresentava o mar Adriático totalmente trans-pa-ren-te (!!!) largamos as malas num flat bem no centro de Split e disparamos a desvendar algumas das muitas praias que a cidade abriga (além de suas ilhas espetaculares mas que, tiveram que ficar para uma próxima oportunidade... dessa vez só conheci por fotos ;-)

A praia que "descobrimos" em Split foi dentro de um parque de mais de 5km floresta adentro! Isso mesmo: de um lado, só árvores e do outro, só mar! Aí curtimos um visual bem diferente de praia: a areia, em alguns trechos, não era areia e sim, grama, rs. E em outros trechos, muitas pedrinhas, como se estivéssemos em cachoeiras. Conhecemos então um hábito bem exótico de traje de banho: andar pela beira do mar e entrar no mar de sapatos! ahahah. Mas não são tênis não... são sapatilhas de borracha, apropriadas para andar sobre as pedrinhas aglomeradas no mar. Eu e meus pais, como muito mal-informados que somos, rs, entramos de chinelo mesmo. Lá pela quinta vez que íamos à praia, minha mãe já disse: "Ai ai ai... quero ver esse chinelo aguentar até o fim da viagem... rsrs". E assim curtimos as praias de Split: : às vezes de chinelo, às vezes nos arriscando ver se os pés aguentavam. E sempre - seeeeempre - com a câmera nas mãos, capturando cada pedacinho daquele mar deslumbranteeeee!! Cheguei a brincar que, depois do Algarve em Portugal e depois do litoral croata, ainda vou demorar muito para pensar em ir na Grécia pois tenho certeza de que esses lugares in-crí-veis não deixam nada a desejar!! =D

Chegamos a alugar bicicletas para irmos até onde nossas perninhas não aguentavam mais caminhar (e eram locais que não passava carro, devido à preservação) e aí, nesses pontos, depois de muitas ladeiras subindo de bicicleta em meio a tantas árvores e barulho intenso de cigarras, avistamos cenários de filme!! Estávamos em pontos muito altos, em cima de muito verde e avistando uma combinação perfeita entre montanha e mar azul cristal... aliás, azul quase não se via pois tudo era transparente! Mais uma vez me peguei emocionada, pensando nas coisas tão lindas que as mãozinhas de Deus criam por aí... Eu, tão acostumada com o Pão de Açúcar na minha cidade (também impressionantemente feito pelas mãozinhas de Deus), só estava babando mais um pouquinho das coisas perfeitas que Ele faz... Que maravilha!!

Apreciamos um espetacular pôr-do-sol também em um restaurante à beira de uma das praias e depois, fomos tomar um banho para caminhar pela orla na parte portuária de Split. (é impressionante a quantidade de cruzeiros que chegam aí !) Não apenas a orla mas, toda a parte do centro da cidade, é de construção romana, com o mais puro mármore em todos os cantos que a gente olhava e ainda a relíquia do fantástico palácio bem em frente ao porto, cuja torre altíssima (e que podíamos subir) nos remeteria a uma vista esplendorosa da cidade todaaaa...

No calçadão na área portuária, canteiros com flores e palmeiras enormes, como se estivéssemos em Miami (ahahah... só pelo o que já vi em filmes e fotos... rsrs). Tudo branquinho brilhava (por causa do mármore) e o contraste com os jardins, nos faziam sentirmo-nos num filme mesmo! Um filme extraordinário... muito, muito, muito bom!

Ah, uma curiosidade: em Split há lugar ou para beber ou para comer. Se você se sentar num bar ou num café, só poderá beber. Se for a uma padaria, só poderá comer. Apenas em restaurantes é que é possível comer e beber ;-)

Nossa despedida de Split foi por uma boa causa: estávamos indo a Milão mas não para vagar por lá mas sim, para conhecermos um pedacinho do Lago di Garda, situado numa cidade chamada Sirmione, que fica a 100km de Milão. E lá fomos nós - sem falar nadinha de italiano mas tentando desvendar todas as placas! GPS? Que nada! Peguei todo o trajeto no google maps e lá fomos nós, seguindo tudo o que o google tinha me dito! ahahah
Chegando em Sirmione, com seus canteiros também muuuuito floridos e um sol que seguia nos acompanhando com aquele calor de Verãoooo, avistamos o castelo romano - famoso na cidade - bem na beirinha do lago. A cor? Azul piscina!! Me fez lembrar demais os lagos que vi na Suíça quando fui conhecer os Alpes. O lago é tão grande que não é possível ver a outra margem... incrível... como se fosse mar...! A diferença é que ele estava cheio de patos!! Isso mesmo! Um lago azul turqueza, rodeando um castelo e cheinho de patos brancos e enormes! rsrs.

É claro que a família rata de praia não ia ficar fora de um mergulho né! Lá fomos nós tirar proveito de toda a super estrutura (cabines em volta do lago para trocarmos de roupa, trechos só com chuveiros, trechos só com banheiros... tudo muito bem organizado). E assim, trocamos de roupa e caímos na água (do lago!), nadando no meio dos patos... Exótico, bonito e divertido... ahahahah.

Sirmione também foi a cidade em que marquei de encontrar com a família italiana que tinha me recebido na casa deles (perto de Veneza) 3 anos atrás. Depois de nos encantarmos com o castelo, fomos fazer bagunça dentro d´água. E depois de um bom gelatto italiano, fomos fazer bagunça numa pizzaria! Um dia muuuito gostoso. Foi ótimo rever essa família e sentir nosso carinho recíproco. Eles conhecem tudo o que me é importante, perguntam por tudo na minha vida (como vai a vovó, como está o trabalho, como estão os trabalhos voluntários e etc) e eu também, conversando sobre como estavam as coisas com eles, sabendo de suas novidades, ouvindo ansiedades, planos, fatos e sentindo o carinho da amizade deles. Um momento de matar as saudades e de viver mais um dia especial.

Milão - conhecida bem rapidinho - na verdade, a sua Catedral, foi também a cidade que me premiou com o "rompimento" do meu meu chinelo, ahahahah. Ali, pertinho da estátua de Leonardo da Vinci que leva à galeria que chega à Catedral, meu chinelinho Havainas, finalmente arrebentou. Não aguentou tantas praias com pedrinhas (nem as de Split e nem o lago de Sirmione que era exatamete igual: o fundo cheio de pedras... rsrs). Fui forçada a comprar um chinelo numa lojinha de lembranças e nele vem todo escrito "Milão". E eu que pensava que tava bem fashion, com 1 dia de uso do chinelo, vi o que ele fez com meu pezinho! Deixou-o todo pretinho e o chinelo se acabou... foi afundando (no formato do meu calcanhar... nossa... que coisinha ruim... salve salve Havainas que, por sinal, o modelo mais simples na Europa custa 24 euros!! Socorroooo!! rsrs)

Uma experiência também inesquecível em Milão foi com a comunicação difícil entre nós e os italianos de uma lanchonete que entramos tarde da noite. Os donos eram chineses, estavam ali 2 fregueses que eram de Marrocos mas que falavam espanhol. Eu e meus pais estávamos tentando explicar o que queríamos comprar. Eles tentaram por quase 20min entender o nosso pedido (com a ajuda dos hermanos que falavam espanhol comigo) mas, a confusão foi tão grande que eles me chamaram pra dentro da cozinha pra fazer os sanduiches!! ahahahah. Lá fui eu dar uma de Mestre Cuca! (cá entre nós, logo quem!! ahahah). Foi divertido!!! Me senti super à vontade, todos brincaram e riam muito e o mais hilário foi a nossa comunicação enquanto eu perguntava onde estava o queijo, o cortador de queijo, a laranja e etc... rsrs.

Próxima parada? Assis! Ou melhor: Assisi ! :o)
Impressionante como, só o fato de pisarmos na estação de Assis já estávamos flutuando...!!! Que lugar extraordinário!!! Chegamos à noite (mas o dia ainda claro) e seguimos para o hotel muito bem localizado no meio das montanhas (mesmo assim, não fazia frio) e com uma vista lindaaaaa para a Basílica de São Francisco de Assis e, à nossa volta, muuuuitos pinheiros! O hotel oferecia janta e aproveitamos a oportunidade para sossegar por ali e, no dia seguinte, levantar cedo para conhecer a cidade. Eu tava ansiosa!!

O dia amanheceu lindo, lindo, com aquele solzão que eu bem gosto e com aquele clima de Verão que eu também adoro. Tomamos café, apreciamos um pouco a bela paisagem da nossa varanda, demos uma volta no jardim do hotel e seguimos rumo ao centro de Assis. Conhecemos a Basílica de Santa Clara (uma graça... um encanto... uma emoção...!). Talvez a história apresentada ali em textos e pinturas, tenha me feito mais emocionada. Ou, talvez, simplesmente o fato de estar ali, num lugar tão especial, onde viveram pessoas tão especiais como Santa Clara e São Francisco, tenha mexido tanto comigo. Depois de uma breve oração, conhecemos o lugar onde o pai de São Francisco o fez prisioneiro quando o filho decidiu pela vida religiosa. Dali, demos uma caminhada pela cidade, passando pelos altos e belos arcos romanos que se espalham pela região que fica como que cercada por muralhas. Entre uma ladeirinha e outra, lembrava de cenas do filme "Irmão Sol, Irmão Lua" e sentia algo especial no coração...

Visitamos o "Templo de Minerva", o "Anfiteatro" e seguimos rumo à Basílica de São Francisco. Chegando lá, mais emoção! Que prazer enorme estar ali, relembrar da vida e das propostas desse santo e também o quanto ele mexeu com as estruturas da época! De lá, voltamos à Basílica de Santa Clara onde assistimos a uma missa angelical... E então, seguimos para o "Eremo delle Carceri" (de táxi, pois fica situado numa altíssima montanha e o tempo até lá é de 10min só subindo a serra com o carro). Aí, nesse Eremo, São Francisco e seus seguidores costumavam meditar. Há aí uma capela, um altar aberto (em pleno meio da floresta, apenas com banquinhos e uma cruz) e também algumas grutas, onde pode-se ver riscados de pedra crucifixos e pequenas anotações que esses queridos faziam. Pura emoção, de novo...

Voltando dessa floresta, mais embaixo, quase chegando à cidade, subimos uma outra montanha (a pé, pois não há acesso para carro e também é menos extensa) até o castelo da “Rocca Maggiore", de onde podemos avistar toda a acidade de Assis, bem do altão! Podemos ver a Basílica de São Francisco, de Santa Clara, a Catedral de São Rufino, a estação onde chegamos com o trem (láááá longe) e a Igreja de Santa Maria Maior, que ainda fica do outro lado da linha do trem (bem fora das muralhas que cercam Assis).

Maravilhados, revigoramos nosso coração naquela cidade. Alguma coisa forte ficou bem mexida dentro de mim. Saí dali reflexiva, apaixonada ainda mais por Deus e com o desejo ainda maior de entender ainda melhor a minha missão e segui-la com muita confiança!

O trem que nos fez partir de Assis, nos levou a Roma. E eu que já conhecia Roma e pensava que ia ser tudo igual, me surpreendi. Primeiro que, só o fato de andar em família, foi super gostoso, então, passar pelas praças e fontes com meus pais, parar pra comer, conversar, ver nossa gama de fotos e etc, já foi bem diferente. Mas, muito além disso, foi o detalhe de termos sido acompanhados (em um dos nossos dias em Roma) pelo meu querido amigo Irmão Ivan, que nos deu uma aula de história e de espiritualidade. Mais sobre Jesus, impossível ! :o)

Depois de ter ido com meus pais na tradicional "Fontana de Trevi", no "Pantheon" e na "Praça da Espanha", fizemos o tour espiritual com o Irmão Ivan que, com certeza, aconteceu só para mexer ainda mais com o nosso coração já tão tocado em Assis. Conhecemos, graças ao nosso amigo, detalhes de todos os porquês de cada pedacinho do "Vaticano". Depois, conhecemos a Basílica de São Paulo que eu ia morrer sem saber que existia (ninguém me contou essa parte quando estive sozinha em Roma 3 anos atrás ;-) e aí eu já estava bem tocada pois sou apaixonada pelos escritos deixados por São Paulo e pela própria vida dele, seu testemunho, doação e dedicação. Meus pais também não estavam muito diferentes de mim não... A cada pintura, a cada detalhe que aprendíamos ou que conhecíamos e admirávamos, mais emocionados ficávamos. Nós três. Quanta bondade de Deus fazer isso por nós!!!

Seguimos para a Igreja de Santa Praxedes, onde está guardado um pedaço da coluna em que Cristo foi flagelado (uma relíquia vinda de Jerusalém) e aí também ficamos bem impressionados. De lá, fomos à Basílica de São João de Latrão onde está um pedaço da escadaria do palácio de Pilatos (escada em que Cristo subiu até o fim, para ser julgado). E, finalmente, fomos a uma Igreja (que não recordo o nome agora :-( onde estão mais relíquias desse período valioso que foi a história de Cristo. Aí se encontrava um dos pregos que o pregou na cruz + alguns espinhos (da coroa de espinhos) + um pedaço da placa que foi pregada no alto da cruz de Cristo, entre outras relíquias. Eu nunca, nunca, nunca, vou esquecer desses momentos tão ricos, tão abençoados, tão privilegiados por Deus! Esse dia foi realmente incrível e extremamente emocionante!

Muita gente me pergunta porque não tenho tanta vontade de conhecer lugares na América. Eu até que tenho vontade mas realmente, confesso que a Europa me fascina com suas histórias, suas arquiteturas, suas belezas naturais (porque não há só beleza construída) e também sua riqueza espiritual, como pude viver em Fátima (3 anos atrás) e em Medugorje, Assis e Roma nessa viagem.

Reparando no jeitinho dos europeus... uma coisa que há de muito bom é que eles trabalham com amor e nos atendem muito bem, em qualquer estabelecimento. Eu diria que, se há algum defeito ou algum obstáculo um pouquinho maior do que os naturais numa viagem, diria que os europeus são pessoas - em geral - difíceis. É um enorme prazer conhecer alguém que abra um sorriso com mais facilidade (ou com alguma facilidade, rs). Não tem jeito. Nós, brasileiros, somos realmente calorosos e simpáticos. Eu diria até que essa análise é um pouco contraditória pois muitas vezes nós brasileiros tomamos patadas de próprios brasileiros mas, no geral, ao menos no quisito "hospitalidade", sei que somos bons nisso e com os europeus é mais difícil isso acontecer... Mas, de qualquer forma, apesar de ter levado alguns foras, curioso como foram em menos quantidade do que nas outras duas vezes que estive por lá. E mais do que essa curiosidade, fica em minha mente uma cena simples mas muito significativa e completamente repetitiva: flores nas janelas! Uma cena que expurga - de forma pouco subjetiva - que esse povo tem lá suas emoções e pode sim, estar aberto a uma sensibilidade maior. Porque foram tantas as janelas que vi flores expostas, vasinhos muito bem cuidados com flores muito lindas e bem tratadas, que fiquei pensando o quanto há amor aí. O quanto, a cada janela tão florida, há uma portinha mais aberta do coração. É como se esse povo desejasse tanto a Primavera por aguentar tão bravamente o Inverno que, quando ela chega, eles também se abrem, abrem seus corações, abrem suas janelas e põe suas flores à mostra.

E que belas estradinhas, ruelas, estradonas e rodovias eu vi, enfeitadas das mais diversas, coloridas e lindas flores!

Deus abençoe os europeus, suas terras, histórias, conquistas, reconstruções e corações!

Deus abençoe minhas queridas tias que cuidaram da vovó (com tanto amor, zelo e carinho) para que eu e minha família pudéssemos viver esse momento incrível!

Deus abençoe todas as pessoas que reencontramos na viagem!

Deus abençoe todas as pessoas que conhecemos na viagem... Nos lugares em que nos hospedamos, nos trens, aviões, confeitarias, praias... enfim! Muita gente!

Deus abençoe meu emprego, que me permite suar tanto e também poder viver momentos tão especiais!

Deus abençoe meus pais que me aturaram (pilha Duracell, rsrsrs) e que Ele continue cuidando da nossa família e também nos fazendo pôr na nossa janela as flores ainda guardadas dentro de nós...

Obrigada, meu Deus, por tudo!!! Tudo, tudo, tudo!!!