domingo, 17 de outubro de 2010

Junho de 2010: Lençóis Maranhenses!!! :D

Ainda do alto, o piloto alertava: "Por favor, vejam pela janela do avião a vista incrível dos Lençóis Maranhenses. Podem babar. O nosso Nordeste é muito lindo!"



Bati algumas muitas fotos já de cima do avião, muito animada para que chegasse logo a hora em que eu pudesse conhecer os Lençóis.

Desembarcando no aeroporto de São Luis, um susto: apenas 1 andar, 1 banheiro, 1 restaurante e, ainda por cima, uma trilha sonora ao fundo, tocava uma música das Spice Girls! Para reverter a imagem esquisita desse cartão de visitas, rs, os originalíssimos maranhenses vestidos com fantasias típicas do São João maranhense recepcionavam - em grande estilo e de forma super autêntica - os turistas que desembarcavam aí.

Em 10 minutos de aeroporto eu já vibrava com o clima bem mais quente que o do Rio. Em pleno Junho, era delicioso sentir aquele ar gostoso de Verão... :o)

Enquanto isso, ligava a minha maquina pra ver como tinham ficado as fotos dos Lençóis que tirei de dentro do avião.

Pessoas simples me esbarrando o tempo todo, me fizeram lembrar das raízes da família da vovó no interior de Minas. Fiquei pensando nesse país cheinho de culturas distintas e coisas tão peculiares...

Umas horas depois, chegava o vôo da minha mãe - minha companheira nessa aventura - e logo partiríamos rumo a Barreirinhas, cidade que fica há 4 horas de São Luis e que é a porta de entrada dos Lençóis Maranhenses.

Depois do nosso almoço dentro do restaurante do aeroporto, fomos advertidas por um dos garçons para que não deixássemos de tomar cuidado com dinheiro pois não podiam garantir que não assaltassem turistas... Mas também, pudera. Éramos totalmente diferentes da maioria das pessoas que nos cercavam. Nossas roupas, hábitos e além disso, nosso sotaque (porque carioca tem sotaque sim), nos denunciavam a todo instante.

Como àquela hora - já anoitecendo - não tínhamos opção de vans de turismo, nos informamos que havia uma linha de ônibus que fazia o trajeto São Luis - Barreirinhas. Enquanto passávamos de táxi por um largo próximo ao aeroporto, vários homens se debruçavam no táxi se oferecendo para nos levar em carros comuns - não legalizados - pelo mesmo preço do ônibus. É claro que morremos de medo e não aceitamos mas começamos a ficar assustadas.

Desembarcando do táxi na rodoviária, um dos homens que implorava para nos levar no carro comum, chegou junto a nós, ainda insistindo que fôssemos com ele. Ele tinha nos seguido! :O

Sem ação, graças a Deus que minha mãe respondeu no meu lugar: "Não, obrigada. Já marcamos com nosso grupo de irmos juntos no ônibus."
Não havia grupo mas, ao menos, o homem saiu. Nossa... que sufoco.

Compramos a passagem e pensamos que ia ficar tudo tranquilo até que, chegou um moleque pedindo dinheiro e minha mãe deu. Eles não tem cara de mendigo mas também nao tem a melhor cara... parecem mais meninos comuns, malandros - como se tivessem aprendido com cariocas, rs - e que tem o hábito de pedir dinheiro, mesmo não estando fedendo ou mal-vestido. De qualquer forma, o olhar deles parecia uma ameaça e ficamos com medo de não dar dinheiro e continuarmos ali expostas na rodoviária. Depois disso, ainda veio mais um menino e minha mãe disse que quando fosse comprar algo, ela aproveitava e comprava pra ele. Cinco minutos depois - e sem minha mãe comprar nada - ele voltou dizendo que ja tinha conseguido metade do dinheiro que precisava pra comer e perguntando se ela não podia adiantar o restante. Ela adiantou né... Estávamos pressionadas e como boas cariocas que não tem bom exemplo no Rio, estávamos preocupadas!

O ônibus atrasou pra sair pois o motorista oficial tinha faltado e teve que ir o motorista que estava de férias (e as emoções não acabavam, rs).
A viagem de 4 horas percorria lugarejos do Maranhão, parando de tempo em tempo pra buscar mais um passageiro (pense num ônibus parador! rs).
Quem quiser comer, que leve seu lanche pois o ônibus ja pára bastante só pra pegar passageiro!

Numa das cidades havia uma festa junina e eu via da janela do ônibus as pessoas passando cheias de fantasias - quase como se fossem as fantasias de Carnaval do Rio - e com um espírito de seriedade no rosto... era até engraçado, diferente... bonito ver o comprometimento daquelas pessoas com sua cultura.


Depois de alguns gados e burrinhos que atravessaram a frente do ônibus na estrada, finalmente chegamos a Barreirinhas, lá pela meia-noite. Uma cidade quietinha e com 3 táxis de cooperativa. A essa hora, só havia 1 (que devia ser à nossa espera, rs).
Fomos para o hotel e não imaginávamos o dia brilhante que nos esperava dentro de algumas horas.

Logo cedo, um galo cantou. Continuei dormindo mas logo depois, foi a vez do despertador.

Um dia lindo lindo lindo num lugar mais lindo ainda. O nome? Um verdadeiro achado da minha cabecinha cheia de idéias, rs: Porto Preguiças Resort.


A caminho do restaurante, a recepcionista perguntou “Dormiu bem, senhora?” Ao que respondi, perguntando: “Meu quarto fica perto de algum Galinheiro ou os galos ficam soltos?”. E ela: “Ficam soltos, senhora.” Ah, tá. Tudo bem então. Dormi bem sim.

O que era um galo no meio daquilo tudo que eu via? Um dia claro, um céu azul e poucas nuvens pequenas, só pra enfeitar o cenário. O ar tinha cheiro de floresta, o vento soprava suave. O restaurante era do tamanho ideal. Nem grande e nem pequeno. Ideal. O ambiente decorativo nos inspirava: florezinhas, guardanapos de pano, dobrados no formato de barquinhos, cata-ventos...

No café, todos os tipos de coisinhas gostosas. Frutas variadíssimas, empadinhas, salgadinhos e docinhos no forninho, tapioca que podíamos escolher o recheio (doce ou salgado), bolos e pães diferentes... nossa... dava pra passar a manhã inteira ali, rs.

Atraídos pela enorme área de lazer do Resort (que ficava à beira do Rio Preguiças), fomos dar uma volta após o café. Conhecemos as áreas com as espreguiçadeiras, as hortinhas, os varandões com cadeiras gostosas e um barzinho aqui, outro ali. Meio a patinhos que tomavam banho com a água que esguichava de uma torneira de jardim, havia também passarinhos pousando e voando, compondo um cenário de sonho. Dali, chegamos até à margem do Rio Preguiças onde há um pequeno píer de onde saem os caiaques próprios do Resort. Ancorado ao píer, um catamarã gracinha, com os desenhos símbolos do Resort. Avistando até a outra margem do rio, sabíamos que ainda voltaríamos muito ali pra babar aquela vista...

Rumo à piscina, ainda passamos por uma passarela de flores, pontezinhas e diversos coqueiros. E bastou entrar na piscina pra não ter mais vontade de sair (se não fossem os Lençóis à nossa espera, ficaríamos ali todos os outros dias, rs). Uma piscina com fundo delicioso de areia e com algumas mezinhas e coqueiros dentro. Não era só cenário incrível. Era a sensação também!

A tarde chegou e o almoço – naquele restaurante formosamente decorado e de comida excelente – nos embalou para uma rede depois. Depois de fotos e papos, pensamos no que poderíamos fazer por volta daquela hora (por volta de 17h). Um dos funcionários muitos simpáticos nos indicou: “Ah... essa hora é boa pra assistir ao pôr-do-sol...” E, num piscar de olhos, estávamos lá, na pontinha do píer, num banquinho de frente para o Rio Preguiças, assistindo a um pôr-do-sol espetacular. Só Deus mesmo pra fazer uma coisa dessas!!!


Ainda embaladas pelo maravilhoso pôr-do-sol, passamos pelo salão de jogos e nos divertimos com sinuca e totó. Depois, algumas orações na capela do Resort que é uma gracinha e super aconchegante. Depois de um bom banho de ducha, curtimos o bar super agradável. A noite - cheinha de estrelas, meio a tantas árvores e coqueiros - nos fazia ansiar pelo dia seguinte, quando sairíamos para o passeio à Lagoa Bonita, nos Grandes Lençóis.

No dia seguinte, de manhã, fomos nos aventurar com os caiaques oferecidos pelo Resort. Uma diversão e tanta para quem nunca tinha entrado num negócio daqueles. O que umas férias não fazem! Ainda mais num lugar daqueles! Com toda a coragem do mundo – mas gritando incansavelmente – me meti no Rio Preguiças que tem 40 metros de profundidade! O rapazinho do hotel acompanhava tudo, para o caso de alguma emergência... rs.

Depois de algumas remadas desesperadoras, achei que tinha pego o jeito e animei que minha mãe me acompanhasse. Ela entrou no caiaque e sugeri que fôssemos até à outra margem do rio. Não chegamos a ficar tão expert mas conseguimos ir até à outra margem do gigantesco Rio Preguiças! Os micos e a emoção já foram tão grandes que valiam o dia, rs.

Ainda pegamos uma piscina e depois fomos almoçar em um dos restaurantes da beira-rio de Barreirinhas. O Restaurante D. Maria é realmente muito bom e é nossa indicação de restaurante por ali. Assim que almoçamos, nosso guia chegou com um super 4x4 que nos levaria até à Lagoa Bonita.

Logo no início, tivemos que sair do carro para que ele pudesse atravessar - em cima de uma balsa - o Rio Preguiças. Do outro lado do rio, nativos com seus artesanatos esperavam ansiosos pelos turistas pra exibirem suas preciosidades. Como ainda estávamos começando o passeio, preferimos deixar as compras para a volta. Adiantamos apenas um biscoitinho feito de coco verde. O rapazinho que vendia estava tão aflito pela nossa compra... e quem sabe não faríamos bom uso se ficássemos com fome no meio do caminho, né...

Daí em diante, nos metemos numa estradinha de pura areia. Diferente do que eu imaginava, não era estrada de barro mas sim, um caminhozinho de areia por onde o 4x4 teimava em passar. Dos dois lados, só verde. Muita mata e muitos galhos invadindo a nossa jardineira (jardineira onde ficamos dentro do carro). Vez ou outra, avistávamos um casebre. Vez em sempre, tinha crianças na porta e um cachorrinho. Todos acompanhando a passagem do "nosso" 4x4. Parecia ser a atração deles. Muito simples e muito bonitinhos, se déssemos tchau e sorríssemos, prontamente eles também acenavam, sorriam e uns até corriam pra nos acompanhar. Umas gracinhas!

Percorremos um pouco mais de 1h por esse caminho super difícil. Pra contribuir com a emoção, essa estradinha não era plana. Subia e descia num curto espaço de tempo, como se estivéssemos num tobogan, rs. Por algumas vezes - pelo menos umas 5 vezes - tivemos que passar por dentro (!!) de pequenas lagoas que encontrávamos no meio do caminho. O carro ia descendo, descendo, descendo... e nossa emoção crescendo, crescendo, crescendo! rs. Graças a Deus, deu tudo certo e, quando menos esperávamos, lá estávamos nós a pouquíssimos metros de uma das entradas para os Grandes Lençóis.

"Deixem aí tudo o que for possível.", disse o nosso guia. A idéia era carregar pouco peso pra andarmos bastante e sairmos de lá carregados de muita beleza. :o)

Nos primeiros passos, um susto: uma subida de areia tão grande mas tão grande que só tendo muito fôlego pra não passar o resto da tarde ali, rs. Uma corda servia pra nos ajudar no equilíbrio e manter nosso ânimo pra chegar até o fim. O fim? Uma recompensa incrível... uma cena de novela... ou melhor, cena de filme! Nossos olhos se depararam com uma imensidão de montanhas de areia e com um horizonte azul azul azul...! Pra onde a gente olhava, não era apenas areia mas montanhas de diversos formatos e pontos em que avistávamos pequenas lagoas, dando um brilho pra todo aquele visual... Lindo lindo lindo. Só aí - já no primeiro passo que dei em cima dos Grandes Lençóis - já valia tudo: preço da passagem, 5 horas entre São Luis e Barreirinhas, estradinha cheia de ondulações e galhos entrando na jardineira do carro e toda a subida íngreme e tão custosa. Sim... aquela vista era inesquecível e já era mais um grande motivo pra agradecer a Deus por aquilo tudo!


Depois de muitas fotos panorâmicas só com poucos passos, segui rumo à primeira lagoa. Mamãe já tinha ido na minha frente, enquanto eu batia as fotos. Encontrei-a mergulhando e nos juntamos, encantadas, com todo aquele visual. O guia, perdido com a dispersão do grupo que se espalhava em duas ou três lagoas, foi nos chamar e avisar que aquela ali ainda não era a principal e que a gente tinha um longo caminho de belas lagoas pela frente. Saímos empolgadas, bolsas numa das mãos, máquina em outra e cabeça girando, girando... olhando pra tudo em nossa volta...


Peregrinando pelas areias - mais parecidas com Jade de "O Clone", impossível, rsrs - seguimos para a lagoa principal: Lagoa Bonita. E não é que ela era incrível mesmo?! Uma lagoa enoooorme, dita como maior que a Lagoa Rodrigo de Freitas! Essa lagoa, explicou-nos o guia, era permanente. A altura dela é toda igual - não tem uma parte mais funda que a outra - tudo mais ou menos um pouco abaixo do ombro. Ali passamos um bom tempo papeando, mergulhando, batendo fotos e nos maravilhando com os milhões de peixinhos que lotam a lagoa. Com a máscara para ver debaixo d´água, dava pra ter noção da quantidade gigante de peixinhos ali dentro. Muitos mesmo!

De lá, seguimos - a pé - para a parte do parque em que foi gravada O Clone. No caminho, muitas lagoas - menores mas belíssimas - e curvas que davam um toque especial àquele visual... Um cenário, com certeza, inesquecível. Ainda tomamos banho em outras lagoas, pegamos o maravilhoso pôr-do-sol e, super contrariados, seguimos rumo à toyota, porque já ia começando a nossa despedida...


Ainda mergulhamos mais um pouco - porque ninguém é de ferro, rs - e batemos uma foto de toda a galera que foi ao passeio com a gente. O sol já ia se pondo e um céu rosa claro marcava aquele adeus, ou melhor, um até breve!

No caminho de volta, já na toyota, todos do grupo falavam bem menos... Todos traziam uma lembrança, um visual na memória que valia qualquer longa conversa. Comemos, rimos, lembramos de fatos lá de cima das super dunas, passamos - já na escuridão total - dentro das lagoas formadas no caminho (aquelas que, na ida, só víamos a toyota afundando, afundando...) mas já estávamos vacinados, rs, e também como não havia luz, o medo era menor, rs.

Poucas casinhas - casebres de palha - pudemos avistar na volta, por causa da escuridão em plena mata que cerca os Grandes Lençóis. Até que, o próprio motorista parou em frente a um casebre, pedindo informação do caminho. Diz o motorista que ele se perdeu... Até hoje a gente não sabe se era verdade essa história mas, aproveitei a oportunidade pra saltar da toyota e ir conhecer todas as criancinhas que se aproximaram do carro pra conhecer os "civilizados" que estavam de passagem. Consegui arrecadar biscoitos de algumas pessoas do grupo e juntei com os meus e dei-os às crianças. Todas simples demais e com um sorriso enorme e carinho gigante. Mal tinha me conhecido e já me davam beijo e abraço. Não perdi a chance de algumas fotos com elas!! Depois, subi correndo de volta à toyota, mandando beijos e me despedindo daquelas criancinhas fofas. Acho lindo gente humilde... quase como aquelas que o Chico Buarque descreve em sua música. Crianças lindas... puríssimas e carentíssimas de atenção, de motivação até. Carentes de algo fora daquele cotidiano...

Depois do cenário mais incrível que eu já vi - aquele dos Lençóis - essas crianças valeram o resto do passeio!!

Quando estávamos quase de volta a Barreirinhas, enquanto esperávamos a toyota subir na balsa pra atravessar o Rio Preguiças de volta a Barreirinhas, demos uma olhada no artesanato dos nativos. Coisinhas de palha muito delicadas e bem trabalhadas. Compramos algumas lembrancinhas com muito prazer. :-)

Já era quase 20h e estávamos todos maltrapilhos. Uns com biquini, outros com biquini e metade de uma saída de praia, outros de sunga. Todos com uma máquina fotográfica nas mãos e com muitos sorrisos no rosto. Com os pés fora da toyota, já de volta à porta da agência, encerramos aquele passeio fantástico! Enquanto nos despedíamos, já combinando uma pizza logo após nosso banho, começou a passar uma gente alegre, gente com roupas coloridas e cheias de animação. Uns viam a pé e outros, em cima de charretes. Tudo enfeitado de São João. As charretes com balões de gás coloridos, as pessoas caracterizadas, uns homens falando em auto-falantes... uma graça... Um São João super diferente! Corri - de biquini e com saída de praia pela metade, rs - atrás desse povo pra registrar aquele momento com algumas fotos, rs.

Agora sim, passado o desfile junino maranhense, partimos pra um banho rápido pois a pizza nos esperava. Fechamos o dia com um casal de amigos que conhecemos no passeio, comendo uma boa pizza à margem do Rio Preguiças (um restaurante num deck em cima do Rio Preguiças), curtindo uma boa música ao vivo e um bom Guaraná Jesus! De-li-ci-o-so! Ainda acho que deveria ser servido em todo restaurante, por todo o Brasil ! :-)

O dia seguinte? Já estava marcado para um passeio de voadeira (eles não chamam de lancha, rs) no Rio Preguiças, rumo aos Pequenos Lençóis e aos lugarejos de Caburé e Mandacaru.

Que ma-ra-vi-lha!!

No dia seguinte, exaustas, fomos nos encontrar no píer da cidadezinha. Lá chegaram nossos companheiros de passeios e o devido guia com a voadeira (que eu chamei de lancha o tempo todo, rs). Seguimos pelo Rio Preguiças, recebendo uma aula de história sobre a flora e a fauna em volta do rio.

Nossa primeira parada foi em um dos pontos dos Pequenos Lençóis. Apreciamos as dunas e as pequenas lagoas, além de nos divertirmos com os inúmeros macaquinhos que vinham nas nossas mãos comer bananas e sair nas fotos, rs. Partimos para Mandacaru depois de algumas fotografias e de um registro especial daquele encontro espetacular: água, montanhas de areias e céu.

Uma penca de criancinhas - fora da escola (!!) - nos esperavam no píer de Mandacaru, cheias de ansiedade para nos recitar um poema e cantarolar a música de Luiz Gonzaga (“Mandacaru quando fulorá na seca...”, afirmando - piamente - que a música tinha sido feita inspirada naquela ilhota no meio do gigante Rio Preguiças. ;-)

O vilarejo simples tinha estradinha de chão, casinhas coloridas, muitas barraquinhas vendendo artesanato e um barzinho cheio de sorvetes de sabores exóticos. Tomei um de coco - o mais puro coco - que tava uma delícia! Aliás, só tomei esse sorvete de coco pelos arredores dos Lençóis... ô coisa gostosa e diferente da cidade grande! rs

Eu e mamãe tivemos como companhia nossos amiguinhos mirins que insistiam em dizer que tinham ido à escola de manhã. Lhes prestigiamos com boas bolas de sorvete (que não são tão baratas... cerca de 2 reais cada bola) e também degustamos algumas coca-colas que, para alguns dos meninos, era super novidade (também devido ao preço). Papo vai, papo vem, não subimos no grande farol que fica colado a esse barzinho e que é a verdadeira atração dessa ilha. Se chama "Farol de Mandacaru", de onde se avista boa parte do Rio Preguiças e dos Pequenos Lençóis. Como tínhamos feito amizade com um rapazinho canadense que tirava mais fotos do que eu, rs, fiquei na expectativa de que ele me enviasse as fotos dele por email (o que não recebi até hoje, rsrs).

Saímos dali rumo a Caburé, uma outra parte do “quebra-cabeças” do Rio Preguiças. Um lugar que eu já tinha lido bastante a respeito. Ali ainda é menos civilizado que Mandacaru. No meio de uma imensidão de areia, avistamos algumas cabanas idênticas àquelas que vemos na televisão de povoados na Amazônia. Sim sim. Cabanas de palha, no meio do nada. Dizem (e também li bastante sobre isso) que esse lugarejo vem desaparecendo, por causa das tempestades de areia. Além disso, ele fica entre o rio e o mar e, o que dizem, é que o mar vem cobrindo a ilhota também.

Alguns coqueiros enchem de beleza a paisagem da ilha. Um restaurantezinho de frutos do mar nos serviu de almoço, depois de termos curtido algumas horas na região.

Depois de uma esticada em uma das redes do restaurante - com aquela brisa gostosa - no meio daquele lugar aconchegante, voltamos para Barreirinhas, numa viagenzinha de voadeira que durou aproximadamente 1h.

Chegamos já quase que em cima da hora de tomar banho e pegar o último ônibus que saía de Barreirinhas rumo a São Luis. Uma pena... ainda queria dar umas voltinhas na beira-rio de Barreirinhas e tomar mais sorvetes, além do restaurante D. Maria que ficou com gostinho de “quero mais”. Mas não foi só isso. Ficou a vontade também do passeio pela parte rasa do Rio Preguiças onde as pessoas descem em cima de grandes bóias e avistam todo tipo de peixe deoixo da água cristalina. Essa dica, quem nos deu, foi um casal super simpático que nos acompanhou na pizza, no mesmo dia dos Grandes Lençóis. Como nosso tempo já estava curto e nossa passagem de volta já estava mais do que comprada (eu que o diga, né mami ? ;-) tivemos que tomar nosso rumo sem mais delongas, rs.

Não faz mal... nós temos muitos motivos pra voltar! Uma cidade tranquila, cheinha de atrativos ao redor e com uma boa receptividade. Ainda não tem uma agência do Plano de Expansão da Dataprev (que só não foi ativada por causa de pendência de infra no cliente) mas isso é só um pequeno detalhe... rsrs

Antes de entrar no ônibus, ainda corri numa barraquinha da pracinha principal (em frente ao píer) e pedi um hamburguer. A dona sorridente, tinha um sotaque diferente. Não resisti e perguntei de onde ela era. Ao que me respondeu: “Canoas, no Rio Grande do Sul.”

E ainda tem gente que não se imagina morando longe da cidade grande... não sei não... acho que a moça fez uma boa escolha... ;-)

Barreirinhas do meu coração, eu voltarei ! :D

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