sábado, 24 de setembro de 2011

A humanidade de Cristo!!!

«Se ignorais a Minha divindade, reconhecei ao menos a Minha humanidade. Vede em Mim o vosso corpo,
os vossos membros,
as vossas entranhas,
os vossos ossos,
o vosso sangue.
E se o que pertence a Deus vos inspira temor, não vos agradará o que vos pertence a vós? 
Mas talvez a enormidade da Minha Paixão, da qual vós sois a causa, vos cubra de vergonha?

Não temais.
Esta cruz não foi mortal para Mim, mas para a morte.
Estes pregos não Me penetram de dores, mas de um amor ainda mais profundo por vós.
Estas feridas não provocam gemidos, mas fazem-vos entrar ainda mais no Meu coração.
O esquartejar do Meu corpo abre-vos os Meus braços como um refúgio, não aumenta o Meu suplício.
O Meu sangue não está perdido por mim, mas guardado para vosso resgate.

Vinde pois,
voltai para Mim e reconhecei o vosso Pai,
vendo que Ele vos paga:
o mal com o bem,
os insultos com o amor,
e tão grandes feridas com uma tão grande caridade.»

(Marcos 10,45)


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

De Deus, para mim: "Eu te amo tanto!!!"


"Estão meus caminhos tão acima dos vossos caminhos e meus pensamentos acima dos vossos pensamentos, quanto está o céu acima da terra."
(Isaías 55,9)

Por que me resgatou?


Por que me trouxe aqui?

Por que me queres, Deus, tanto assim?

Se contra o céu pequei, e contra ti também.

Como errei...

Por que me queres tanto assim?

Filho eu quero tanto

Enxugar teu pranto, te fazer só meu.

Filho eu quero ser teu Deus

Eu te amo tanto, tanto, tanto, tanto

Filho vem ser meu. Filho eu quero ser teu Deus

Eu quero te envolver em meus mistérios

No manto da minha Glória

Eu vou desenrolar o rolo santo

Mudar a tua história

Eu vou fazer de ti vaso de honra

Eu vou envergonhar os que te zombam

Vou te dar vitória


Filho eu quero tanto

Enxugar teu pranto te fazer só meu.

Filho eu quero ser teu Deus

Eu te amo tanto, tanto, tanto, tanto

Filho vem ser meu, filho eu quero ser teu Deus


Por que eu te amo !!!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Faça as pazes com você!


FAÇA AS PAZES COM VOCÊ

(por Mariana Motomura)

Perdoar não é só questão de generosidade. Nem é fácil. Quando a gente consegue, fecha uma ferida, sai fortalecido e reencontra o equilíbrio emocional.

A história daquela senhora sempre me impressionou. O marido a abandonou, deixando para trás uma casa cheia de contas para pagar e dois filhos pequenos. Ela podia ter se descabelado, entrado em depressão ou deixado a peteca cair com aquela responsabilidade toda. Que nada. Manteve a tranqüilidade até quando soube que o ex-marido estava casado com outra mulher, com quem teve mais filhos. Quando o ex-marido morreu, deixou também a segunda família à míngua. A senhora foi até lá e pegou os outros filhos do ex-marido para criar. Ela perdoou a traição e seguiu em frente. Ainda bem, senão eu não estaria escrevendo este texto aqui hoje. Essa velhinha é a minha bisavó, que viveu até os 93 anos, tempo suficiente para deixar para os bisnetos um exemplo claro de que perdoar vale, sim, a pena.

Sabe por que? Porque o perdão é uma ferramenta necessária para a evolução da humanidade. No século passado, a França brigou com a Inglaterra, que lutou contra a Alemanha, que guerreou com os Estados Unidos, que bombardearam o Japão, que atacou a China, que teve rusgas com a Rússia. E nem por isso o mundo parou – graças ao perdão. Claro, há interesses bem concretos que ajudam a explicar por que um país não corta relações com o outro. Mas a mágoa, quando fica, acaba servindo de desculpa para novas guerras. E as nações, se ficam isoladas, progridem mais devagar ou simplesmente não evoluem.

Entre as pessoas ocorre coisa parecida. Com o perdão, o conflito é superado e a vida continua – em outras sintonia, mais leve e melhor. Não é só uma questão de generosidade, embora ela seja bem importante. É questão de admitir que todos erram, às vezes sem intenção, às vezes por pura fraqueza. E saber que, concedendo o perdão, você tem muito a ganhar, inclusive do ponto de vista de seu bem-estar emocional e físico.

Oferecer a outra face

Nas religiões, a idéia de perdoar é bem antiga – apareceu antes mesmo do cristianismo. “Dentro do velho judaísmo, as doenças eram vistas como conseqüência do pecado de alguém da família, que podia ser perdoado por Deus”, diz o teólogo e padre católico Edélcio Serafim Ottaviani. Hoje, o ato de perdoar, para os judeus, não é exclusivamente divina, mas continua sendo central na religião. “No Yom Kippur, o Dia do Perdão, a gente jejua e faz uma manifestação de remorso pelo que fizemos de errado. É o dia mais importante do calendário judeu, porque é impossível viver sem perdão”, diz o rabino Henry Sobel, presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista. “Antes de pedir perdão a Deus na sinagoga, temos a obrigação de pedir perdão aos nossos semelhantes. Deus perdoa somente quando nós perdoamos uns aos outros”, afirma.

No catolicismo, que herdou parte da doutrina judaica, o perdão está em uma das principais orações repetidas pelos fiéis, o pai-nosso: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Mesmo assim, é mais comum encontrar um católico pedindo perdão a Deus do que oferecendo perdão a um vizinho briguento. Os cristãos ensinam que, para quem pede perdão, é indispensável o arrependimento sincero. “Não basta admitir superficialmente as próprias faltas e ser perdoado, é preciso também fazer um ato de ressarcimento, a penitência, que relembre o pecador da gravidade de sua falta”, diz o padre Edélcio. Para quem perdoa, a generosidade é indispensável – até para oferecer a outra face.

Nas religiões orientais, como o budismo, o perdão é mais humanizado, porque as fraquezas humanas são consideradas parte do jogo. “Todos nós somos entes profanos. Temos que nos aceitas uns aos outros com nossas mazelas”,diz o monge budista Ricardo Mário Gonçalves. Assim, perdoar outra pessoa também é uma forma de admitir – e assimilar – nossos próprios erros.

Na prática, seguir a ética das religiões não é tão fácil assim. “A gratidão e o perdão são sentimentos de pessoas muito nobres, que estão disposta a compreender a outro”, diz o psiquiatra Wimer Bottura Junior, diretor científico da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática. Haja desprendimento, se você pensar o perdão só como uma questão de ser boa-praça ou de seguir preceitos religiosos. Por isso, você não vai encontrar neste texto nenhuma frase do tipo “perdoar é simples, basta tentar”. Aprender a perdoar está na lista das tarefas complicadas, que exigem dedicação, mas que trazem aquele gostinho especial das empreitadas difíceis: leveza de espírito, alívio, paz e até benefícios para a saúde. Quer tentar?

Ira inicial

Você estava tão empolgado com aquele novo plano de vendas que contou a um colega sua brilhante idéia. E, antes que você percebesse, o tal colega foi ao chefe e apresentou o projeto como se fosse dele. O que fazer? Começando pelo começo: bote para fora a raiva. Sim, é normal sentir raiva, esse sentimento feio que tentamos esconder sempre que dá. Desabafe, grite, chore e conte para alguém de confiança, como sua mãe, seu marido ou sua namorada. Fingir que nada aconteceu e guardar a ira só para você não ajuda em nada. “Há dois tipos de raiva. Uma fica dentro de mim me remoendo e me paralisando, e a outra me impulsiona para a reação”, diz a psicóloga Adriana Carbone, de São Paulo. Esse segundo tipo é que vai ajudar a superar a sensação de ter sido enganado.

Em um segundo momento, quando a poeira tiver baixado um pouco, é hora de relembrar a história e tentar entender, tintim por tintim, o que aconteceu. É bom recordar os fatos sem se vitimizar ou demonizar a pessoa que magoou você. “Se a pessoa precisa perdoar alguém,é porque se sentiu agredida. É preciso, então, pensar: eu fui mesmo agredido ou só me senti agredido? Porque muitas vezes as pessoas se sentem agredidas sem terem sido de fato”, diz Wimer. Outra dica é dosar sua expectativa em relação aos outros. “Muitas vezes, as pessoas magoadas acham que os outros não cumprem as suas expectativas. Mas ela pode ser uma pessoa que espera demais. Assim, com freqüência os outros não vão corresponder.”

E nada de se colocar no papel de coitadinho – é preciso assumir também sua parcela de responsabilidade na tal história que tanto o chateou. “Perdoar o outro que me magoou é reconhecer em mim onde foi que eu negligenciei”, diz a psicóloga Adriana Carbone. “No geral, alguma coisa eu fiz ou deixei de fazer para que o outro fizesse o que me chateou. Se eu dei confiança demais para uma pessoa e ela abusou, não é apenas porque ela é uma traíra, mas também porque eu dei espaço.” Mas atenção: chamar a responsabilidade para si é diferente de se culpar. “Se você olha para dentro de si, naturalmente vai enxergar uma série de limitações. A partir de uma autocrítica profunda, você aumenta sua dose de autoconsciência e vai dissolvendo seus erros”, diz o monge Ricardo Gonçalves.

Muita calma nessa hora, porque esse processo pode levar algum tempo e é incômodo – nem sempre é agradável reconhecer que também deslizamos e abrimos uma brecha para que a agressão acontecesse.

Ver o outro lado

Depois que já relembrou a situação e entendeu direitinho seu papel, vale a pena dedicar um tempo para refletir sobre a atitude de quem feriu você. “Pode parecer piegas, mas tenho que enxergar as semelhanças e as diferenças entre mim e o outro, para ter uma multiplicidade de visões”, diz Adriana Carbone. É a velha história de se colocar no lugar do outro.

Foi o que fez a secretária Kelly Ramos com o motorista bêbado que a atropelou quando ela tinha 15 anos. “Fiquei sabendo que ele era bicheiro e já tinha sido preso. Fiz um esforço para pensar no lado dele. Eu não sabia o que esse homem passava, devia ser tão infeliz”, relembra. Quando ela foi aos tribunais para o julgamento do agressor, já o tinha perdoado. Ninguém se iluda: não foi de uma hora para outra. Ela admite que por um bom tempo sentia raiva do motorista, mas conseguiu superá-lo ao pensar que aquela ira toda não a levaria a lugar algum. Mesmo após perdoar o motorista, ela levou o julgamento até o fim, pois não queria que outras pessoas acabassem sob as rodas do “barbeiro” inconseqüente.

O perdão de Kelly não significa que ela tenha esquecido a gravidade do acidente. “Perdoar não é esquecer. Isso seria negar sua história de vida, perder sua realidade”, diz o psicólogo Alexandre Rivero. Também é importante perceber que o principal beneficiado é sempre aquele que perdoa – é ele quem ganha paz ao tirar o peso da mágoa de seu coração.

Kelly não esperou o motorista pedir perdão para perdoá-lo. E muitas vezes as pessoas que nos magoam não pedem perdão mesmo. Nesse caso, elas podem simplesmente nem ter se dado conta de que nos machucaram ou são simplesmente inseguras. “Algumas pessoas se sentem fragilizadas e não conseguem assumir que são um ser em construção. O problema é que, quando a pessoa está vulnerável, ela fica mais rígida e arrogante. Quando a pessoa passa uma imagem muito inatingível, por trás dessa imagem existe um medo muito grande de ser percebido com frágil”, afirma Alexandre Rivero.

Agora, vamos combinar: não é o caso de se policiar e querer perdão por tudo. Nos pequenos atrasos ou deslizes cotidianos, um pedido desculpas resolve. Sim, preste atenção na maneira como muito de nós usam as duas expressões, com significados ligeiramente diferentes. Perdão em geral se aplica a coisa mais sérias, que exigem uma reflexão – e uma superação – mais elaborada. Desculpas são, digamos, algo mais light. “Pedir desculpas é pedir que a culpa seja atenuada ou eliminada”, esclarece o psicólogo Antonio Carlos Amador Pereira, da PUC de São Paulo.

É bom ter em mente que, em princípio, tudo pode ser perdoado. Mas é claro que isso exige que cada um flexibilize seus limites pessoais e esqueça palavras com “nunca” ou “sempre”. Para perdoar de verdade, abra mão de preconceitos e idéias empoeiradas. “Não há nada que não possa ser perdoado, mesmo o assassinato de crianças ou as atrocidades do holocausto. O que acontece é que algumas pessoas têm mais facilidade para perdoar do que outras”,diz o psicólogo Frederic Luskin, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. E, pode reparar, em matéria de perdão, quanto maior o esforço, maior o ganho.

Lições para o futuro

Extrair ensinamentos positivos daquilo que até pouco tempo atrás parecia uma tragédia é o passo seguinte é o passo seguinte. Lembra do colega que, vamos dizer, se adiantou a você na empresa? Talvez você agora veja que precisa ser mais discreto no ambiente de trabalho ou que deve escolher melhor com quem partilhar esse tipo de informação. É assim que o trauma é superado: deixando de olhar o passado e usando o aprendizado para situações futuras. Isso não significa esquecer o que ocorreu, mas interpretar de outra forma.

Mais uma vez, há algumas dicas para saber se no fundo, no fundo, o rancor já passou. Primeiro,verifique se você ainda tem raiva ou se deseja se vingar do agressor. Se a resposta for sim, ainda que discretamente, você ainda não chegou lá. Deliciar-se com a punição do outro também não é um bom indicador do perdão sincero. Se você rolou de rir quando o colega que passou a mão na sua idéia foi mandado embora, você é normal, tudo bem, mas ainda está preso ao episódio. A indiferença também não resolve. “Se a pessoa que te magoou não significa nada para você, é sinal de que você ainda não perdoou”, diz Adriana Carbone.

O ideal é que ambos, vítima e agressor, se considerem no mesmo patamar. A terapeuta familiar Maria Amália Faller Vitale, professora da PUC de São Paulo, ilustra a situação com uma metáfora: o agressor tem uma dívida moral com a vítima. Se a vítima nunca o perdoar, vai continuar sempre endividado, com uma conta impagável. “O perdão se traduz em uma ação que permite o reequilíbrio em uma relação”, diz Maria Amália. Mas essa é uma conta diferente, pois o pagamento da dívida depende do credor, e não do endividado.

E a reconciliação?

Terminada a hipoteca, cabe a você decidir se quer se reconciliar com quem feriu. “O perdão não significa que eu vá voltar a me relacionar com a pessoa. SE ela faz coisas que não me agradam, eu me afasto”, diz o psicólogo Alexandre Rivero. “Você consegue reconhecer o perdão quando você se sente feliz com você, mesmo antes de se sentir melhor com o outro”, completa Adriana Carvone.

O teste final para saber se seu coração perdoou mesmo o agressor é, segundo a receita do psicólogo Frederic Luskin, recontar o episódio depois. Se de repente você perceber que deixou a ser a vítima coitadinha e passou a ser uma espécie de protagonista da sua própria história, alguém que enfrentou a mágoa e ainda conseguiu ficar em paz consigo mesmo, você pode acreditar que encontrou o pote de outro atrás do arco-íris. “O perdão é uma coisa difícil, quase impossível, mas, quando eu perdoei, foi como se um anjo tivesse tirado um peso do meu coração. E ficou tudo azul”, diz Kelly, depois de ter superado a raiva por seu atropelamento.

Os benefícios não param por aí. A saúde também sorri para quem perdoa. “A falta do perdão gera mágoa e sentimentos que deixam feridas abertas dentro das pessoas. Quando falamos em perdão, falamos em fechar feridas. Há pesquisas que mostram que há pessoas com câncer que são ressentidas, com muitas mágoas”, diz o psiquiatra Wimer Bottura. Mais específico ainda, um estudo publicado por Fred Luskin mostra que quem exercita o perdão fica menos nervoso, menos estressado, tem maior vitalidade física, e, ufa, mais confiança na sua capacidade de lidar com os problemas da vida.

Na época da minha bisavó, não existia nenhuma dessas pesquisas. Mas hoje, sabendo de tudo isso, dá para desconfiar que perdoar tem algo a ver com ela ter vivido tantos anos.

PARA SABER MAIS:

O Poder do Perdão, Fred Luskin, Novo Paradigma

NA INTERNET:

Conheça os movimentos internacionais pelo perdão, que têm sites em inglês, e histórias que podem servir de inspiração para você.

www.revistavidasimples.com.br

Fonte dessa matéria: http://www.espereniteroi.com/rede/index.php?option=com_content&view=article&id=37:reportagem-vida-simples&catid=18&Itemid=121

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Saudade, 10 de Agosto de 2011, 22h35

Irmão...
eu sinto uma saudade tão grande de você...
Saudade daquela pessoa que eu tinha tanto orgulho;
daquela pessoa que me fazia perder a vaidade;
daquela pessoa que me fazia perder os medos;
daquela pessoa que estava sempre forte.

Meu doce irmão...
sempre disposto;
sempre com esperança;
sempre com um sorriso no rosto (mesmo sendo isso impossível fisicamente);
sempre com uma garra e uma certeza de vencer, aliás, vontade de viver...
Eu nunca vi nada igual...

A vovó se parece demais com você (mas, graças a Deus, ela não tem a doença que você tinha). Aliás, você lembrava que era doente?
Por muitas vezes, eu vi que não...

Te amei tanto, meu querido...
Te fazer feliz, me fazia feliz!
Embarcar nos seus sonhos, me fazia lembrar como é bom sonhar, aliás, como é possível realizar sonhos!

Ah... meu querido... que falta você me faz...
Saudade do seu abraço apertado;
seu aperto de mão que eu brigava quando você apertava muito forte;
Saudade do seu exemplo de generosidade, solidariedade, humildade...

Morro de saudades de vc...

Aquele dedão do pé engraçado;
aquela barriguinha branquinha e cheia de cicatrizes que relembravam sua luta e fé;
aquela orelha que eu zombava;
aquela sua vontade de dançar e cantar, mesmo sem poder cantar...

Quem vai gravar o cd de músicas comigo?
Quem vai entrar na igreja, no dia do meu casamento, comigo? (pois é... eu ia fazer uma surpresa pra você...)
Quem meu futuro marido vai poder chamar de cunhado?
Quem apertaria minha mão quando eu estivesse indo ter bebê?!!! ;-(

Quando você se foi, eu pensei que estivesse perdendo um pedaço de mim.
Curioso como o mesmo Deus que nos uniu, também achou por bem nos separar.
Mas o bom disso tudo é que eu amo tanto esse Pai que a gente tem em comum que eu sei que um dia estaremos juntos de novo.
Melhor que isso: por muito amor a você, sei que Ele fez isso por ser o melhor a você.
E como eu também sempre te amei muito, eu sempre quis o melhor pra você.

E esse mesmo Pai que agora enxuga as minhas lágrimas,
foi Ele quem foi capaz de me ajudar a continuar vivendo,
trabalhando,
brigando,
me arrependendo (rs),
correndo na rua,
me fazendo ler,
brincar,
sorrir,
até estudar, sabia?
Viu só? To estudiosa e batalhadora igual a você!

Continuo pedindo a Deus pra levar seu exemplo onde, quando, como e o quanto eu puder!
Continuo pedindo a Deus que me ajude a sonhar... sonhar muito, muito, muito!

E em cada realização de um sonho (pois sei que eles são possíveis!!), eu vou lembrar de você...

E vou lembrar do quanto eu queria que você estivesse comigo sempre, em cada momento...
O quanto eu morria de saudades só do fato de te deixar em casa e ir trabalhar...

E é por você ter sido tão cativante;
é por você ter conquistado a mim e a tantas pessoas;
é por você ter sido quem foi;
amado e lutado como você amou e lutou;
é por eu ter te amado tanto mas tanto... que eu agradeço a Deus pelo privilégio de termos nos conhecido.

Sabe que hoje em dia eu não posso ouvir alguém falando com sotaque angolano que eu vou logo puxando conversa?
Pois é...
Simplesmente eu A-DO-RO falar de você...

Amo meu Pai do Céu que botou um amor no meu coração GIGANTE por você!!!

Ai, meu Deus...
que saudade...
quanta saudade...
tanta saudade...
E que ótimo que ele está no Seu colo agora. Muito obrigada.

Um bjo, querido Deus.

P.S.: Salomitos, o Dia dos Pais está chegando e eu estava pensando nos últimos Dia dos Pais que vivemos, como irmãos, e você sempre surpreendendo o Luiz com o maior carinho do mundo...

Você era incrível !
Você faz muita falta!
E eu daria tudo pra ter um outro Salomão na minha vida...
Não se preocupe: eu já pedi isso a Deus ;-)

Sempre te amei muito, meu maninho Salomão!!!!!!!!!!!!!

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Lembrando nós dois...

"Se tem bigodes de foca
Nariz de tamanduá
-Parece meio estranho, hein!
-Rum!
Também um bico de pato
E um jeitão de sabiá...


Mas se é amigo
Não precisa mudar
É tão lindo
Deixa assim como está
E eu adoro, adoro
Difícil é a gente explicar
Que é tão lindo...


Se tem bigodes de foca
Nariz de tamanduá
-E orelhas de camelo, né tio?
-É!
Mas se é amigo de fato
A gente deixa como ele está...


É tão lindo!
Não precisa mudar
É tão lindo!
É tão bom se gostar
E eu adoro!
É claro!
Bom mesmo é a gente encontrar
Um bom amigo...


São os sonhos verdadeiros, quando existe amor
Somos grandes companheiros
Os três mosqueteiros
Como eu vi no filme...


É tão lindo!
Não precisa mudar
É tão lindo!
Deixa assim como está
E eu adoro e agora
Eu quero poder lhe falar
Dessa amizade que nasceu
Você e eu!
Nós e você!
Vocês e eu!
E é tão lindo!...
-Tio!
-Hein!
-É legal ter um amigo, né?
-É maravilhoso
Mesmo que ele tenha
Bigodes de foca
E até um nariz de tamanduá
-E orelhas de camelo tio, lembra?
-Orelhas de camelo?
-É tio!
-É mesmo, orelhas de camelo!
Mas é um amigo, não é?
-É!
-Então não se deve mudar!"

(A Turma do Balão Mágico & eu & Salomitos :-)

domingo, 7 de agosto de 2011

Flores nas janelas > Europa de Julho de 2011























Fecho os olhos e lembro dos nossos passos ainda naquela procura do balcão do check-in, rumo à nossa super viagem em família.

Quando eu era pequena, aliás, até à idade em que comecei a trabalhar, minha mãe fazia das tripas coração para que viajássemos sempre que fosse possível. Acho que veio daí minha paixão por viagens: sair do meu lugar, da minha cultura, da história da minha cidade e ir de encontro ao novo, ao inesperado e a tudo o que isso pode me acrescentar intelectual e emocionalmente.

Ta certo que já fiz as minhas viagens sozinha e, outras vezes, viajei trechos sozinha e trechos acompanhada mas assim, mega viagem com meus pais, foi a primeira vez. E aí eu vi que há emoção não apenas da viagem mas da experiência de estar todos os dias, todos os segundos, com aquelas pessoas que precisam estar de comum acordo, comum saúde - rs - comum paciencia... e por aí vai.

Lisboa nos aguardava de braços abertos, com um sol radiante. Como não tinha conhecido Lisboa completa desde a outra viagem, dessa vez pude visitar lugares não vistos e também experimentar hábitos familiares de viagem como, por exemplo, sempre dar uma parada para comer algo típico e não apenas sair andando desenfreadamente com um sanduíche nas mãos. ;-)

Apreciamos a boa comida de restaurantes e não nos cansamos de ir à Confeitaria "Pastéis de Belém", fundada em 1837!!!. Meu Deus!!! Cada doce!! Vão ficar nos meus sonhos!! =) Olha que nem sou fã de doce mas esses eram realmente incríveis!

Curtimos cada cantinho da cidade, inclusive o Palácio de Sintra (da outra vez só conheci as muralhas do castelo dos mouros). Nos revezamos nas fotos e o bom de tudo é que nossos olhares atuam, por vezes, rumo a outros prismas. O que traz como consequência fotos maravilhosas, isto é, o que um olho não viu, o outro não deixou escapar! =D

Seguimos rumo ao Sul de Portugal, para a região do Algarve, que eu tanto queria conhecer. Na cidade de Albufeira (no Faro), nos encantamos com as belíssimas praias e a enorme infra-estrutura: caminho de madeira até às barracas de praia (todas padronizadas), os chuveiros muito bem localizados... entre outras delicadezas. À noite, andamos pela "rua dos bares", onde vimos um pouco de tudo: lojinhas, gelatterias (sim... os portugueses aderiram ao gelatto italiano que, por sinal, ainda custa mais barato que na Itália!), padarias que ficam abertas até tarde e que lotam, devido às promoções (após às 18h, todos os doces custam 1 euro! e é cada doce...!! hum...!!), além, claro, de restaurantes apetitosos e bares animados com karaokês. Pois é... pra quem pensava que isso estava ultrapassado, na verdade, na noite de Albufeira, é o que há! Pessoas se divertindo tentando cantar - afinadamente, rs - e tentando acompanhar as letras das músicas. Essa rua, por sinal, é um local muito democrático. Vê-se gente de toda parte do mundo numa socialização bem bacana!

A missa na Catedral de Albufeira - pequena, acolhedora e lotada - nos emocionou com o sermão: o padre dizia que servíamos de grande testemunho por estarmos ali dentro, num dia de sol esplendoroso, com praias estonteantes lá fora porém, nós ali, fazendo o nosso "pouco" para um Deus tão grandioso, amoroso e generoso!! Sim, pois tudo o que estávamos vivendo e vendo, era tão somente muito bem criado por Deus e graças a Ele, tínhamos o nosso salário bem juntadinho para pagar por aqueles momentos inesquecíveis... ;-)

De Albufeira, seguimos para Lagos, onde eu nunca imaginaria que encontraria praias mais belas ainda! Depois de um "tour" panorâmico, ficamos na Praia do Camilo, com um formato todo especial de falésias esculpidas dentro do mar (mas bem próximas à areia) e dos mais variados formatos. Para fechar o dia, um jantar com pôr-do-sol (aquele pôr-do-sol europeu que acontece por volta de 21h30) na praia de São Rafael (quando voltamos à Albufeira). O restaurante é estratégico, bem em cima da areia, com todas as janelas expostas ao mar e todas as mesas privilegiadas com aquele visual abençoado por Deus.

No dia seguinte, voltamos pra Lisboa pra pegar um avião pra Barcelona. Nossa querida e cultural Barcelona, nos esperava! Já foi minha segunda visita a essa cidade que respira arte por todos os lados! E que maravilha voltar aí ! Visitamos as preciosidades do incrível Gaudi: a "Casa Batlò", a "La Pedrera", o "Parc Güell" com sua harmonia de sempre (só que dessa vez com mais flores! lindas! acho que quando fui na Primavera, a estação estava meio atrasada pois, agora no verão, o parque estava ainda mais repleto de lindas flores!). Como boa “rata de praia” que mamãe é, fiz um tour diferente em homenagem a ela: tiramos umas horas para caminhar na orla da praia de Barcelona desde "Mar Bella" até à praia de "Barceloneta". Caminhando entre essas duas praias, passamos pelo Porto de Barcelona, todo restaurado (e muito bem restaurado) devido às Olimpíadas que aconteceram poucos anos atrás. Uma Marina gracinha... :o)

E como Barça (carinhosamente por mim chamada) é uma cidade com muitas opções, ainda nos restavam várias coisinhas especiais: a "Arena de Barcelona" (ex-local de touradas, como a que existe na "Praça dos Touros" em Madri) hoje abriga lojas e cinemas e, a Igreja da "Sagrada Família" (também de pura responsabilidade do fantástico Gaudi) e que, claro, praticamente dispensa comentários. A fila que dá voltas no quarteirão (percebi isso agora no Verão pois quando fui na Primavera, não tinha não ;-) vale completamente o esforço, ainda que debaixo de um sol de 35 graus (que eu a-do-ro! :-)

A Igreja concentra uma inspiração incrível de Gaudi quando, vemos por todos os lados, a mais extraordinária harmonia entre colunas, torres, pássaros, árvores... e toda história da salvação! A vida de Jesus está presente de forma completa, de maneira que cada pedacinho da Igreja mescla arte e encenação de todos os momentos da vida de Cristo. No subsolo, um acervo impressionante de todo o árduo trabalho de Gaudi, todos os seus rascunhos e toda sua história de vida. Tudo muito fascinante!
Nos despedimos de Barça conhecendo o terraço da "Arena de Barcelona", onde há uma vista deslumbrante da Catedral de Barcelona, de um jardim bem bonito, dos portões da entrada da cidade...

Justamente porque não tenho muito apreço pelo frio que, nunquinha reclamo do sol. Justamente porque fazia 35 graus em Portugal e na Espanha, eu só dava pulos e pulos de alegria! Mas qual não foi a surpresa quando chegamos à Alemanha e nos deparamos com 10 graus em pleno Verão europeu! Pois é... vejam só... rs. Mas tudo bem. Se quem tá na chuva é pra se molhar, quem ta de férias na Europa, mais uma vez, e indo rever as minhas queridas primas, é pra curtir!! Graças a Deus, tínhamos levado algumas roupinhas de frio (que foram acrescentadas com roupinhas emprestadas pela minha prima, rs) e lá fomos nós passear por Nurembergue e Fürth (cidades coladinhas uma na outra e cheias de história e visuais encantadores...). Em Nurembergue, as fontes com esculturas que retratam a dura história do Holocausto, o castelo da cidade que também está rico de histórias e nos remete a uma bela vista da cidade. Aí, pertinho do castelo, está a casinha mais antiga da Alemanha! Uma fofura... Enfim, apesar do Nazismo, os alemães se reergueram, com certeza, em muitos aspectos e sua cultura dá um banho nos quesitos organização, valores, cidadania... A começar pela credibilidade em acreditar na índole do seu povo que não precisa passar por roletas para pegar um metrô. As autoridades simplesmente confiam que as pessoas vão comprar o bilhete de metrô e aí sim, usarão o meio de transporte. Impressionante né?!

Em Fürth, uma cidadezinha menor que Nurembergue, os cafés nos enchiam os olhos com suas tortas apetitosas de maçã e muitas outras geniais (aí já estava a competição gastronômica com as confeitarias de Portugal... ai ai ai... minha barriguinha! rsrs). Haja silueta para ser mantida com tantas coisas boas apresentadas! Tivemos que começar a nos segurar para não virarmos uma bolinha e voltarmos pra casa rolando... rsrs. Ainda bem que caminhamos bastante em Fürth, nos seus parques e florestas magníficos! Árvores impetuosas, gramas perfeitas que nem parecem de verdade, um caminho no meio de todo aquele verde e um rio que sempre nos acompanhava à margem. E assim, não mais que de repente, um roseiral no meio do parque. Depois, mais surpresas com flores das mais variadas espécies, hortinhas e muitas outras belezas naturais! Um cenário que frio algum fez-nos desanimar!

Outro momento especial na Alemanha foi a Crisma de uma das minhas priminhas: a Kathrin. Fui convidada para ser sua madrinha (quanta responsabilidade ;-) e como foi gostoso estar ali, naquele momento marcante e emocionante. Realmente, por tudo, podíamos agradecer a Deus! Estávamos vivendo dias incríveis... Junto com tudo isso, a tal convivência familiar que, antes estava sendo entre eu e meus pais e, na Alemanha, nos juntamos à família da minha prima. Aí vivemos uma rotina diferente da viagem, como se não estivéssemos viajando mas sim, como se estivéssemos morando por algum tempo ali, fazendo parte da rotina daquela família. Ver seus hábitos, suas saudades do Brasil, seus ensinamentos de sua cultura, seus olhares alemães sobre a rotina e sobre vida, futuro... Que delicioso foi sentar à mesa e conversar tanto, sobre tudo... e o melhor: conviver e, vez ou outra, chegar no "personagem" Deus. Minha priminha mais nova (Carolin), chegou a prender o dedinho da mão entre a brecha do banco e sua unha levantou. Isso trouxe uma dor que ela chorou tanto mas tanto... Levantamos da mesa correndo e enquanto um buscava por gelo, outro buscava por algo para enrolar o gelo e outro enxugava as lágrimas dela... Curioso como de um simples fato, vi um laço tão bonito de família. Meu padrasto - também encantador - cuidou da minha priminha como se fosse sua filhinha, contando histórias pra ela, explicando porque o dedo tinha ficado roxinho, o que melhoraria e o que não era bom que ela fizesse... Tudo isso com um tom tão grande de carinho que fiquei emocionada. Mais uma vez, agradeci a Deus por ter conhecido - em plena viagem - esse lado paternal do meu padrasto com crianças. Colocou minha priminha pra dormir e ainda fez graça da situação. Arrancou sorrisos, bateu fotos e, no fim, todos tínhamos nos divertido e nos emocionado com aquilo tudo... :o)

No dia seguinte era dia de partir. Mas nada como um "até breve" para nos fazer chorar menos! ;-)

Chegamos a Zagreb, capital da Croácia. Um povo bem acolhedor mas que não conhecemos mais profundamente pois estávamos de passagem para Split (cidade litorânea da Croácia e segunda cidade mais importante da Croácia, depois da capital Zagreb). Chegando a Split, uma chuvinha me assustou. Afinal, não dava pra ir à praia (foco de Split) com aquela chuvinha. Só que Deus - que toma todos os nossos planos bem na frente de nós mesmos - já tinha calculado tudo: os nossos primeiros dias, na verdade, não eram em Split mas sim, em Medugorje (pegaríamos um ônibus em Split rumo a Medugorje, na Bósnia, e depois sim, voltaríamos a Split). E assim foi: apenas dorminos 1 noite em Split (a noite chuvosa) e saímos de manhã cedo (uma manhã também chuvosa) mas que nos levava a Medugorje (uma região de montanhas e super especial, que vem sendo estudada devido aos relatos das aparições de Maria aí). Chegamos a pensar que não havia problema chover por lá (já que não era região de praia) mas qual não foi a nossa surpresa quando, lá pela metade do dia, saiu um sol inesperado por entre tantas nuvens e fez-nos admirar um cenário ainda mais bonito. Aquela região cercada de altas montanhas, ricas experiências espirituais, pessoas buscando estar ainda mais próximas de Deus, vinha nos mostrar um cenário espetacular, lá do alto do monte (meio a carvalhos e rochas) - o monte onde estuda-se o caso das aparições - um cenário perfeito, um visual lindo e mais um momento inesquecível.

Quando deixamos Medugorje, também deixamos um gostinho de "quero mais" da Europa Oriental, com pessoas hospitaleiras, simples e fortes. Pessoas que enfrentaram até pouco tempo atrás um período de guerras (assim como na Croácia) e vem se reconstruindo e seguem se orgulhando de sua pátria, seus pontos turísticos e tudo o que podem oferecer, da forma mais graciosa possível.

Depois de sairmos de Medugorje para voltar a Split e passarmos - de ônibus - babando com a vista da janela que nos apresentava o mar Adriático totalmente trans-pa-ren-te (!!!) largamos as malas num flat bem no centro de Split e disparamos a desvendar algumas das muitas praias que a cidade abriga (além de suas ilhas espetaculares mas que, tiveram que ficar para uma próxima oportunidade... dessa vez só conheci por fotos ;-)

A praia que "descobrimos" em Split foi dentro de um parque de mais de 5km floresta adentro! Isso mesmo: de um lado, só árvores e do outro, só mar! Aí curtimos um visual bem diferente de praia: a areia, em alguns trechos, não era areia e sim, grama, rs. E em outros trechos, muitas pedrinhas, como se estivéssemos em cachoeiras. Conhecemos então um hábito bem exótico de traje de banho: andar pela beira do mar e entrar no mar de sapatos! ahahah. Mas não são tênis não... são sapatilhas de borracha, apropriadas para andar sobre as pedrinhas aglomeradas no mar. Eu e meus pais, como muito mal-informados que somos, rs, entramos de chinelo mesmo. Lá pela quinta vez que íamos à praia, minha mãe já disse: "Ai ai ai... quero ver esse chinelo aguentar até o fim da viagem... rsrs". E assim curtimos as praias de Split: : às vezes de chinelo, às vezes nos arriscando ver se os pés aguentavam. E sempre - seeeeempre - com a câmera nas mãos, capturando cada pedacinho daquele mar deslumbranteeeee!! Cheguei a brincar que, depois do Algarve em Portugal e depois do litoral croata, ainda vou demorar muito para pensar em ir na Grécia pois tenho certeza de que esses lugares in-crí-veis não deixam nada a desejar!! =D

Chegamos a alugar bicicletas para irmos até onde nossas perninhas não aguentavam mais caminhar (e eram locais que não passava carro, devido à preservação) e aí, nesses pontos, depois de muitas ladeiras subindo de bicicleta em meio a tantas árvores e barulho intenso de cigarras, avistamos cenários de filme!! Estávamos em pontos muito altos, em cima de muito verde e avistando uma combinação perfeita entre montanha e mar azul cristal... aliás, azul quase não se via pois tudo era transparente! Mais uma vez me peguei emocionada, pensando nas coisas tão lindas que as mãozinhas de Deus criam por aí... Eu, tão acostumada com o Pão de Açúcar na minha cidade (também impressionantemente feito pelas mãozinhas de Deus), só estava babando mais um pouquinho das coisas perfeitas que Ele faz... Que maravilha!!

Apreciamos um espetacular pôr-do-sol também em um restaurante à beira de uma das praias e depois, fomos tomar um banho para caminhar pela orla na parte portuária de Split. (é impressionante a quantidade de cruzeiros que chegam aí !) Não apenas a orla mas, toda a parte do centro da cidade, é de construção romana, com o mais puro mármore em todos os cantos que a gente olhava e ainda a relíquia do fantástico palácio bem em frente ao porto, cuja torre altíssima (e que podíamos subir) nos remeteria a uma vista esplendorosa da cidade todaaaa...

No calçadão na área portuária, canteiros com flores e palmeiras enormes, como se estivéssemos em Miami (ahahah... só pelo o que já vi em filmes e fotos... rsrs). Tudo branquinho brilhava (por causa do mármore) e o contraste com os jardins, nos faziam sentirmo-nos num filme mesmo! Um filme extraordinário... muito, muito, muito bom!

Ah, uma curiosidade: em Split há lugar ou para beber ou para comer. Se você se sentar num bar ou num café, só poderá beber. Se for a uma padaria, só poderá comer. Apenas em restaurantes é que é possível comer e beber ;-)

Nossa despedida de Split foi por uma boa causa: estávamos indo a Milão mas não para vagar por lá mas sim, para conhecermos um pedacinho do Lago di Garda, situado numa cidade chamada Sirmione, que fica a 100km de Milão. E lá fomos nós - sem falar nadinha de italiano mas tentando desvendar todas as placas! GPS? Que nada! Peguei todo o trajeto no google maps e lá fomos nós, seguindo tudo o que o google tinha me dito! ahahah
Chegando em Sirmione, com seus canteiros também muuuuito floridos e um sol que seguia nos acompanhando com aquele calor de Verãoooo, avistamos o castelo romano - famoso na cidade - bem na beirinha do lago. A cor? Azul piscina!! Me fez lembrar demais os lagos que vi na Suíça quando fui conhecer os Alpes. O lago é tão grande que não é possível ver a outra margem... incrível... como se fosse mar...! A diferença é que ele estava cheio de patos!! Isso mesmo! Um lago azul turqueza, rodeando um castelo e cheinho de patos brancos e enormes! rsrs.

É claro que a família rata de praia não ia ficar fora de um mergulho né! Lá fomos nós tirar proveito de toda a super estrutura (cabines em volta do lago para trocarmos de roupa, trechos só com chuveiros, trechos só com banheiros... tudo muito bem organizado). E assim, trocamos de roupa e caímos na água (do lago!), nadando no meio dos patos... Exótico, bonito e divertido... ahahahah.

Sirmione também foi a cidade em que marquei de encontrar com a família italiana que tinha me recebido na casa deles (perto de Veneza) 3 anos atrás. Depois de nos encantarmos com o castelo, fomos fazer bagunça dentro d´água. E depois de um bom gelatto italiano, fomos fazer bagunça numa pizzaria! Um dia muuuito gostoso. Foi ótimo rever essa família e sentir nosso carinho recíproco. Eles conhecem tudo o que me é importante, perguntam por tudo na minha vida (como vai a vovó, como está o trabalho, como estão os trabalhos voluntários e etc) e eu também, conversando sobre como estavam as coisas com eles, sabendo de suas novidades, ouvindo ansiedades, planos, fatos e sentindo o carinho da amizade deles. Um momento de matar as saudades e de viver mais um dia especial.

Milão - conhecida bem rapidinho - na verdade, a sua Catedral, foi também a cidade que me premiou com o "rompimento" do meu meu chinelo, ahahahah. Ali, pertinho da estátua de Leonardo da Vinci que leva à galeria que chega à Catedral, meu chinelinho Havainas, finalmente arrebentou. Não aguentou tantas praias com pedrinhas (nem as de Split e nem o lago de Sirmione que era exatamete igual: o fundo cheio de pedras... rsrs). Fui forçada a comprar um chinelo numa lojinha de lembranças e nele vem todo escrito "Milão". E eu que pensava que tava bem fashion, com 1 dia de uso do chinelo, vi o que ele fez com meu pezinho! Deixou-o todo pretinho e o chinelo se acabou... foi afundando (no formato do meu calcanhar... nossa... que coisinha ruim... salve salve Havainas que, por sinal, o modelo mais simples na Europa custa 24 euros!! Socorroooo!! rsrs)

Uma experiência também inesquecível em Milão foi com a comunicação difícil entre nós e os italianos de uma lanchonete que entramos tarde da noite. Os donos eram chineses, estavam ali 2 fregueses que eram de Marrocos mas que falavam espanhol. Eu e meus pais estávamos tentando explicar o que queríamos comprar. Eles tentaram por quase 20min entender o nosso pedido (com a ajuda dos hermanos que falavam espanhol comigo) mas, a confusão foi tão grande que eles me chamaram pra dentro da cozinha pra fazer os sanduiches!! ahahahah. Lá fui eu dar uma de Mestre Cuca! (cá entre nós, logo quem!! ahahah). Foi divertido!!! Me senti super à vontade, todos brincaram e riam muito e o mais hilário foi a nossa comunicação enquanto eu perguntava onde estava o queijo, o cortador de queijo, a laranja e etc... rsrs.

Próxima parada? Assis! Ou melhor: Assisi ! :o)
Impressionante como, só o fato de pisarmos na estação de Assis já estávamos flutuando...!!! Que lugar extraordinário!!! Chegamos à noite (mas o dia ainda claro) e seguimos para o hotel muito bem localizado no meio das montanhas (mesmo assim, não fazia frio) e com uma vista lindaaaaa para a Basílica de São Francisco de Assis e, à nossa volta, muuuuitos pinheiros! O hotel oferecia janta e aproveitamos a oportunidade para sossegar por ali e, no dia seguinte, levantar cedo para conhecer a cidade. Eu tava ansiosa!!

O dia amanheceu lindo, lindo, com aquele solzão que eu bem gosto e com aquele clima de Verão que eu também adoro. Tomamos café, apreciamos um pouco a bela paisagem da nossa varanda, demos uma volta no jardim do hotel e seguimos rumo ao centro de Assis. Conhecemos a Basílica de Santa Clara (uma graça... um encanto... uma emoção...!). Talvez a história apresentada ali em textos e pinturas, tenha me feito mais emocionada. Ou, talvez, simplesmente o fato de estar ali, num lugar tão especial, onde viveram pessoas tão especiais como Santa Clara e São Francisco, tenha mexido tanto comigo. Depois de uma breve oração, conhecemos o lugar onde o pai de São Francisco o fez prisioneiro quando o filho decidiu pela vida religiosa. Dali, demos uma caminhada pela cidade, passando pelos altos e belos arcos romanos que se espalham pela região que fica como que cercada por muralhas. Entre uma ladeirinha e outra, lembrava de cenas do filme "Irmão Sol, Irmão Lua" e sentia algo especial no coração...

Visitamos o "Templo de Minerva", o "Anfiteatro" e seguimos rumo à Basílica de São Francisco. Chegando lá, mais emoção! Que prazer enorme estar ali, relembrar da vida e das propostas desse santo e também o quanto ele mexeu com as estruturas da época! De lá, voltamos à Basílica de Santa Clara onde assistimos a uma missa angelical... E então, seguimos para o "Eremo delle Carceri" (de táxi, pois fica situado numa altíssima montanha e o tempo até lá é de 10min só subindo a serra com o carro). Aí, nesse Eremo, São Francisco e seus seguidores costumavam meditar. Há aí uma capela, um altar aberto (em pleno meio da floresta, apenas com banquinhos e uma cruz) e também algumas grutas, onde pode-se ver riscados de pedra crucifixos e pequenas anotações que esses queridos faziam. Pura emoção, de novo...

Voltando dessa floresta, mais embaixo, quase chegando à cidade, subimos uma outra montanha (a pé, pois não há acesso para carro e também é menos extensa) até o castelo da “Rocca Maggiore", de onde podemos avistar toda a acidade de Assis, bem do altão! Podemos ver a Basílica de São Francisco, de Santa Clara, a Catedral de São Rufino, a estação onde chegamos com o trem (láááá longe) e a Igreja de Santa Maria Maior, que ainda fica do outro lado da linha do trem (bem fora das muralhas que cercam Assis).

Maravilhados, revigoramos nosso coração naquela cidade. Alguma coisa forte ficou bem mexida dentro de mim. Saí dali reflexiva, apaixonada ainda mais por Deus e com o desejo ainda maior de entender ainda melhor a minha missão e segui-la com muita confiança!

O trem que nos fez partir de Assis, nos levou a Roma. E eu que já conhecia Roma e pensava que ia ser tudo igual, me surpreendi. Primeiro que, só o fato de andar em família, foi super gostoso, então, passar pelas praças e fontes com meus pais, parar pra comer, conversar, ver nossa gama de fotos e etc, já foi bem diferente. Mas, muito além disso, foi o detalhe de termos sido acompanhados (em um dos nossos dias em Roma) pelo meu querido amigo Irmão Ivan, que nos deu uma aula de história e de espiritualidade. Mais sobre Jesus, impossível ! :o)

Depois de ter ido com meus pais na tradicional "Fontana de Trevi", no "Pantheon" e na "Praça da Espanha", fizemos o tour espiritual com o Irmão Ivan que, com certeza, aconteceu só para mexer ainda mais com o nosso coração já tão tocado em Assis. Conhecemos, graças ao nosso amigo, detalhes de todos os porquês de cada pedacinho do "Vaticano". Depois, conhecemos a Basílica de São Paulo que eu ia morrer sem saber que existia (ninguém me contou essa parte quando estive sozinha em Roma 3 anos atrás ;-) e aí eu já estava bem tocada pois sou apaixonada pelos escritos deixados por São Paulo e pela própria vida dele, seu testemunho, doação e dedicação. Meus pais também não estavam muito diferentes de mim não... A cada pintura, a cada detalhe que aprendíamos ou que conhecíamos e admirávamos, mais emocionados ficávamos. Nós três. Quanta bondade de Deus fazer isso por nós!!!

Seguimos para a Igreja de Santa Praxedes, onde está guardado um pedaço da coluna em que Cristo foi flagelado (uma relíquia vinda de Jerusalém) e aí também ficamos bem impressionados. De lá, fomos à Basílica de São João de Latrão onde está um pedaço da escadaria do palácio de Pilatos (escada em que Cristo subiu até o fim, para ser julgado). E, finalmente, fomos a uma Igreja (que não recordo o nome agora :-( onde estão mais relíquias desse período valioso que foi a história de Cristo. Aí se encontrava um dos pregos que o pregou na cruz + alguns espinhos (da coroa de espinhos) + um pedaço da placa que foi pregada no alto da cruz de Cristo, entre outras relíquias. Eu nunca, nunca, nunca, vou esquecer desses momentos tão ricos, tão abençoados, tão privilegiados por Deus! Esse dia foi realmente incrível e extremamente emocionante!

Muita gente me pergunta porque não tenho tanta vontade de conhecer lugares na América. Eu até que tenho vontade mas realmente, confesso que a Europa me fascina com suas histórias, suas arquiteturas, suas belezas naturais (porque não há só beleza construída) e também sua riqueza espiritual, como pude viver em Fátima (3 anos atrás) e em Medugorje, Assis e Roma nessa viagem.

Reparando no jeitinho dos europeus... uma coisa que há de muito bom é que eles trabalham com amor e nos atendem muito bem, em qualquer estabelecimento. Eu diria que, se há algum defeito ou algum obstáculo um pouquinho maior do que os naturais numa viagem, diria que os europeus são pessoas - em geral - difíceis. É um enorme prazer conhecer alguém que abra um sorriso com mais facilidade (ou com alguma facilidade, rs). Não tem jeito. Nós, brasileiros, somos realmente calorosos e simpáticos. Eu diria até que essa análise é um pouco contraditória pois muitas vezes nós brasileiros tomamos patadas de próprios brasileiros mas, no geral, ao menos no quisito "hospitalidade", sei que somos bons nisso e com os europeus é mais difícil isso acontecer... Mas, de qualquer forma, apesar de ter levado alguns foras, curioso como foram em menos quantidade do que nas outras duas vezes que estive por lá. E mais do que essa curiosidade, fica em minha mente uma cena simples mas muito significativa e completamente repetitiva: flores nas janelas! Uma cena que expurga - de forma pouco subjetiva - que esse povo tem lá suas emoções e pode sim, estar aberto a uma sensibilidade maior. Porque foram tantas as janelas que vi flores expostas, vasinhos muito bem cuidados com flores muito lindas e bem tratadas, que fiquei pensando o quanto há amor aí. O quanto, a cada janela tão florida, há uma portinha mais aberta do coração. É como se esse povo desejasse tanto a Primavera por aguentar tão bravamente o Inverno que, quando ela chega, eles também se abrem, abrem seus corações, abrem suas janelas e põe suas flores à mostra.

E que belas estradinhas, ruelas, estradonas e rodovias eu vi, enfeitadas das mais diversas, coloridas e lindas flores!

Deus abençoe os europeus, suas terras, histórias, conquistas, reconstruções e corações!

Deus abençoe minhas queridas tias que cuidaram da vovó (com tanto amor, zelo e carinho) para que eu e minha família pudéssemos viver esse momento incrível!

Deus abençoe todas as pessoas que reencontramos na viagem!

Deus abençoe todas as pessoas que conhecemos na viagem... Nos lugares em que nos hospedamos, nos trens, aviões, confeitarias, praias... enfim! Muita gente!

Deus abençoe meu emprego, que me permite suar tanto e também poder viver momentos tão especiais!

Deus abençoe meus pais que me aturaram (pilha Duracell, rsrsrs) e que Ele continue cuidando da nossa família e também nos fazendo pôr na nossa janela as flores ainda guardadas dentro de nós...

Obrigada, meu Deus, por tudo!!! Tudo, tudo, tudo!!!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

...e eu continuo contando Contigo, meu Deus que tanto amo!

Motivos pra recomeçar!!!
Eu não sei dizer ao certo como foi
Eu não sei dizer a hora e o lugar
O que sei dizer é que depois que Ele entrou em minha vida
Tudo foi ficando fora de lugar
Retirou a ordem das coisas antigas
E o meu jeito tão estranho de amar
Fez-me ver a solidão que existia nos meus dias
E a sorrir me ensinou recomeçar
Retirou da escuridão meu coração
Acendeu uma nova luz em meu olhar
Fez nascer a primavera onde o inverno não passou
E me deu motivos pra recomeçar
E desde então eu me rendi a este mistério
De ser com Ele e para Ele só viver
Deus mora em mim, sou sua casa, tenda humana
Ele é meu tudo, meu princípio, meio e fim
(Pe. Fábio de Melo)
http://youtu.be/0xjisqKFeDM

O sacrifício vivo

O verdadeiro sacrifício é tudo aquilo que fazemos para estar unidos a Deus e em comunhão com Ele.
O próprio homem, quando consagrado ao nome de Deus e vivendo para Deus, é um sacrifício.
É também nosso corpo, quando, por Deus, nós o dominamos pela temperança, é um sacrifício (...)
É a isso que nos conclama o apóstolo Paulo: "Exorto-vos, irmãos, pela misericórdia de Deus, a que ofereçais vossos corpos como hóstia viva e agradável a Deus: esse é o vosso culto espiritual." (Romanos 12, 1-2)
Daí deriva que todo o povo resgatado, isto é, a comunhão e a comunidade dos santos, é o sacrifício oferecido a Deus pelo sumo sacerdote que, em sua Paixão, se ofereceu por nós, para que nos tornássemos o seu corpo (...)
Eis portanto o sacrifício dos cristãos: todos juntos, um só corpo em Cristo.
É esse o mistério que a Igreja celebra no sacramento do altar, onde lhe é mostrado que, naquilo que ela oferece, é ela que está sendo oferecida.
(Santo Agostinho)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Meu grande, maior e verdadeiro amor...

Rio, 17 de Abril de 2011: Uma cruz com sentido


Hoje, a cruz se apresentou pra mim com uma nova cor.
Depois de alguns minutos ouvindo as sábias palavras de um homem que ama radicalmente a Deus, tenho em minha frente – ou melhor, em minhas costas – uma cruz muito mais bonita.
Não a vejo mais com a tentação de maldizê-la, ou de ignorá-la, ou de desrespeitá-la até.
Não.
Eu a vejo – nitidamente - como o instrumento de onde se brota bênção.
Aquele homem de fé, chamado Pe. Antônio José, nos apresentou, com muita clareza, um Jesus que passou por mágoas, abandono, angústias, perdas, traições... mas que, passou por elas. Simplesmente passou.
Não permitiu que nada disso O engolisse.
Nenhum ressentimento, nenhum medo, nenhuma tentação. Nada O fez desviar do caminho que devia seguir.
Nada o impediu de viver o melhor: e o melhor era levar sua cruz até o fim, justo porque esse não era o fim. O fim, foi a ressurreição e a maior prova de amor que já existiu.
Na cruz de alguns de nós pode estar escrito “perdoa, ainda que tenha sido traído”. Na de outros, pode estar escrito “se doe mais” ou, “seja mais paciente”, ou “não deixe as decepções te derrubarem”...
Mas o que realmente importa, é amar a cruz. Amar ser outro Cristo. Amar essa missão de viver o que Ele nos confiou para que justo através de nós, bênçãos acontecessem.
Podemos ser melhores com os nossos semelhantes;
Podemos ter atitudes muito mais caridosas todos os dias;
Podemos ser testemunhas vivas de amor.
E esse amor jorra da cruz, à medida que vamos deixando ela dar todos os frutos que podem sair dela.
Fica aí um caminho muito claro: aquele caminho que Jesus foi traçando, deixando as marcas da cruz no chão, mas transpirando amor.
Se de um lado os discípulos não agüentaram orar com Ele, Ele não parou ali. Deu meia volta e seguiu em frente.
Se, de outro, um discípulo veio lhe trair, Ele também não se deixou engolir pela fraqueza e dor da traição. Ele seguiu em frente.
Se podia ter salvado a Si mesmo, já que tinha curado tantas pessoas, feito tantos milagres mas ouviu palavras duras, debochadas, levou cusparadas e apanhou... ainda assim, Ele permaneceu em silêncio – em sua enorme fé – e seguiu em frente, se desviando de mágoas, não deixando que todas as dores e decepções fossem maiores que o sentido da Sua cruz.
E exatamente por isso, desviando aqui e ali, traçou o Seu próprio caminho. Um caminho de amor.
Porque houve tanto amor, Ele não “parou” em nenhuma dessas “esquinas”: abandono, traição, violência verbal e física, depressão. Não.
Ele seguiu em frente amando o Pai e porque muito O amava, desejava fazer a vontade Dele. E a vontade Dele não era que Jesus caísse em tentação e salvasse a Si mesmo.
Era sua morte de cruz.
E essa cruz que não foi o fim, trouxe-nos a salvação.
Se hoje eu posso ser feliz, se hoje eu posso ver sentido na vida, se hoje eu posso me alimentar de esperança, se hoje eu posso enxergar coisas boas, plantar e colher bons frutos... tudo isso é graças à cruz que Ele carregou. Não carregou “por carregar”. Carregou cheio de amor.
E minha oração a partir de hoje, ainda que eu caia muitas vezes, é que eu ame essa cruz. Ajeite-a bem direitinho nas costas e saiba aprender com tudo o que Deus quer me ensinar através dela. E melhor: dar uma mãozinha pra Ele com tudo o que Ele quer ver brotar, fluir e reinar através de mim. Do meu pobre nada.
Um beijo, queridos.
E uma rica Semana Santa!!!

"Meu Jesus, maravilhoso és
Minha inspiração a prosseguir
E mesmo quando tudo não vai bem
Eu continuo olhando para Ti.
Pois sei que Tu tens o melhor pra mim
Há um segredo no Teu coração
Oh, dá-me forças pra continuar
Guardando a promessa em oração.
Firme, oh Deus, está o meu coração
Firme nas promessas do Senhor
Eu continuo olhando para Ti
E assim eu sei que posso prosseguir.
E mesmo quando eu chorar
As minhas lágrimas serão
Para regar a minha fé
E consolar meu coração
Pois o que chora aos pés da cruz
Clamando em nome de Jesus
Alcançará de Ti, Senhor
Misericórdia, Graça e luz
Teu grande amor não cessa
Eterno não tem fim
Quão grande És Tu Senhor,
Quão grande És pra mim
Tua graça é o meu refúgio
Descanso no Teu poder
Maravilhoso és
Maravilhoso és pra mim."

sexta-feira, 8 de abril de 2011

8 de Abril de 2011: 1 ano de um dia muuuuito especial !!!

"Se não acreditais em Deus, podeis ajudar os outros com atos inspirados pelo amor, e o fruto dessas obras serão as graças suplementares que descerão sobre a vossa alma. Começareis então a desabrochar lentamente e aspirareis à alegria de amar a Deus."
(Madre Teresa de Calcutá)


Hoje é um dia bem especial.
Não precisava ter sol lá fora, céu azul, cena de filme.
Não precisava ser fim de semana nem feriado.
Precisava ser hoje mesmo: 8 de Abril. O dia que Deus sonhou para realizar o maior sonho que o Salomão alcançou há 1 ano: o lançamento do livro que ele escreveu sobre a história de vida dele.
Lá se vai 1 ano da emoção daquele dia, da alegria daquele dia, do impossível se tornando real...

"As palavras de Deus são verdadeiras e tudo o que Ele faz, merece confiança." (Salmo 33, 4)

Depois que o Salomão ganhou um aparelho celular do Consulado (pouco antes de falecer), ele deu pra gente o celular que a gente tinha dado pra ele. E aí, esse aparelho, todo dia 8 (de todos os meses), desperta com o seguinte lembrete: "Dia do Grande Rei Africano".
E aí... eu que comecei essa homenagem dizendo que hoje não precisava ser um "dia de filme", fico pensando o quanto esse dia significou tanto para o Salomão: meu guerreirinho, meu irmão - presenteado por Deus - que eu tanto amei. Vivi momentos intensamente felizes com ele. Muito mais que histórias de filmes! Muito mais histórias impossíveis do que possíveis... Vivi dias reais, sentimentos puros, doação sem querer nada em troca mas o melhor: eu sempre ganhei muito! Muito mais do que eu merecia!

E essa felicidade natural, essa paz, essa coisa de se pré-dispor a levar alegria e alimentar o outro de esperança... isso faz parte do nosso dia a dia. Não precisa estar num filme. Não precisa ser ficção.
As pessoas estão aí...
O dia a dia está aí...
As instituições, as ONGs, os desabrigados, os pouco amados, os doentes... estão todos aí. Cada uma dessas pessoas não se imagina viver um filme mas com toda certeza lhes traria grande diferença se sentirem amadas, queridas, importantes. E melhor: adorariam conhecer alguém que apostasse nos seus sonhos.

"Para consolar uma alma na dor, mostre-lhe todo o bem que ela ainda pode fazer." (Pe. Pio de Pietrelcina)

Eu, Luiza Oliveira Belotti, apostei nos sonhos do Salomão. E, graças a Deus, tive uma família e amigas que apostaram junto comigo. E posso dizer que desde que vivi essa história (que não foi filme), aprendi a acreditar muito mais em tudo o que é impossível. E quando me pego triste, bem triste com alguma coisa... quando me pego desacreditada do mundo, quando parece que algumas pessoas tiraram o meu chão... aí eu lembro do Salomão. E lembro que ele nunca deixou de ter esperança. E não existe nada melhor do que acordar todos os dias cheio de esperança, e viver pra sempre, cheio de sonhos.

"Alimenta-nos de manhã com Teu amor até ficarmos satisfeitos. Dá-nos sucesso em tudo o que fizermos. Sim, dá-nos sucesso em tudo!" (Salmo 90, 14 e 17)

Hoje, 8 de Abril de 2011, trago à memória o sucesso em resposta a um amor intenso, verdadeiro e sem palavras pra descrever o tanto que tudo foi tão bom. Sem palavras que expressem o inesquecível, os infinitos obstáculos, a falta de recursos, o impossível escancarado mas a certeza - no fundo do coração - de que daria tudo certo. E deu mais do que certo. Foi um sonho realizado. Aliás, um dos sonhos que ele realizou. Ou melhor, que Deus realizou para aquele que tanto acreditou.

"É necessário manter o coração aberto para o Céu e aguardar, de lá, o celeste orvalho." (Pe. Pio de Pietrelcina)

E eu só quero continuar aprendendo com essas pessoas ricas, ricas, ricas de amor. Só quero continuar largando praias, churrascos, shoppings, o que for... tudo pra poder abrir a cabeça e encontrar não um mundo encantado mas real; não coisas passageiras mas momentos que marcam pro resto da vida; não lições que não praticamos mas sim, aquela brisa... aqueles sorrisos... aqueles abraços... aquelas lágrimas de felicidade e as mãos dadas com Deus. Mãos que constróem um mundo melhor, ensinam a enxergar um mundo melhor, a concretizar um mundo melhor. E pra isso, sempre será preciso muito, muito, muito amor. E nem sempre é fácil... Como dizia a madre Tereza, "é preciso esvaziar-nos do ego" mas é um exercício que vale a pena. E sempre valerá.

Enquanto houver amor, haverá esperança;
Enquanto houver esperança, haverá fé;
Enquanto houver fé, haverá uma cabecinha cheinha de sonhos.
E enquanto houver sonhos... nada é impossível. A fé alimentada pela esperança, mostrará que sempre vale a pena viver, crer, se doar e amar.
"A medida do amor é amar sem medida." (Santo Agostinho)

Aos que viveram esse sonho junto comigo;
aos que acompanharam, ajudaram, patrocinaram;
aos que me escreveram (e me escrevem) relatos de tudo o que o Salomão mudou e despertou em suas vidas;
aos que foram amigos do Salomão, lhe deram atenção, carinho, estimularam que ele sempre sonhasse e lutasse...
Deus abençoe a todos!

Meu Deus,
muito, muito, muito obrigada por tudo!!!

Um bjo bem grande, queridos amigos!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Um olhar puro e um coração limpo e cheio de amor


Evangelho segundo S. Marcos 12,28-34

"Aproximou-se dele um escriba que os tinha ouvido discutir e, vendo que Jesus lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu: «O primeiro é: Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes.» O escriba disse-lhe: «Muito bem, Mestre, com razão disseste que Ele é o único e não existe outro além dele; e amá-lo com todo o coração, com todo o entendimento, com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo vale mais do que todos os holocaustos e todos os sacrifícios.» Vendo que ele respondera com sabedoria, Jesus disse: «Não estás longe do Reino de Deus.» E ninguém mais ousava interrogá-lo."

As pessoas que questionavam Jesus em nome de quem ele fazia aquilo (de expulsar os demônios), eram justo Seus seguidores. Eram Seus "amigos" que O questionavam a esse ponto...!

Me "peguei" a meditar nesse trecho do Evangelho, a pensar o quanto deve ter sido duro pra Jesus ter ensinado tanto, ter dado tantos exemplos, ter se importado tanto com os outros, ter se gastado tanto pelas pessoas e... mesmo assim... apesar de tudo isso, Ele ainda era questionado. Aliás, tantas e tantas vezes quesionado!! Mas Ele não revidava, não agia com raiva, não resmungava, não falava "Caraca, Deus, o Senhor pega pesado, hein!!!"... pelo contrário, tinha a capacidade de responder tudo com amor... Eu, por muito menos, me sinto tao agredida e ferida tantas e tantas vezes...

Me sinto como se algumas pessoas tivessem mudado "do nada" ou como se eu tivesse sido enganada, como se elas nunca tivessem sido tão sinceras, como se eu fosse uma bobona...

Mas aí, volto a pedir a Deus pra enxergar mais (e muito mais e sempre mais) com esse olhar Dele... Esse olhar mais bonito do mundo porque é verdadeiro, limpo, puro, milagroso, curador, perdoador, vivificador e o melhor: é real. E está no meio de nós...

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

É muito simples... (Texto de 22 de Dez de 2009)

Agora ele não tem mais uma parte do rosto.

Não tem voz há mais de 1 ano.

Não come pela boca há mais de 1 ano.

Lhe fizeram a traqueostomia.


E eu olho para o que foi meu 2009 e olho pro Natal se aproximando de novo e fico pensando no quanto fui feliz. No quanto o Salomão fez tantas pessoas felizes.


Muita gente me pergunta porque o Salomão sofre tanto. E eu fico pensando que justo da dor dele, Deus permitiu que tantas pessoas passassem a transbordar de amor.


E não é amor de filme, novela... não. É amor que sai do fundo do coração para e por qualquer coisa. Aquele amor que faz brotar mais:


- paciência diante de circunstâncias que não nos cabe resolver;

- compreensão que muitas vezes é o que simplifica a leveza do perdão;

- valorização de dádivas constantes que a gente custa a reconhecer e está sempre reclamando, reclamando, reclamando...


Enfim, um amor que ensina ser feliz e ter esperança, mesmo diante de uma dura notícia ou realidade.


Acho que perdi algumas coisas em 2009, chorei algumas vezes, tive momentos de raiva... momentos de angústia. Tudo isso, como qualquer ser humano tem. Por outro lado, ganhei lições que vão marcar toda a minha vida. E muitas delas (se não, todas), vieram através do Salomão.


Há um câncer agressivo mas há um menino que não se cansa de lutar.

Há uma mutilação mas há sempre um “Papai do Céu sabe o que faz...” Sim... ele escreve isso. Ele transmite isso. Ele deseja que vivamos isso e, vez ou outra, escreve “Deus me dá essa força”.


E quando eu olho pra esse menino afetado física e esteticamente, quando olho pros seus ombros com marcas de enxertos, quando vejo sua barriga cheia de cicatrizes e, apesar de tanto ele sempre tentando rir (mesmo sem a boca inteira) de qualquer coisa que a gente brinque com ele, bom, aí fico pensando: como é que eu poderia ser mais feliz...???


É aí, na dor, na dura realidade, no desafio constante de ver a doença avançar e mutilar esse menino... então, aí eu vejo o sentido do Natal. Tal como ele realmente é. Aí está o sentido da fé, da esperança, da paz totalmente possível e de um amor milagroso, límpido e transformador. E, tudo isso, desejo, sinceramente, para cada um de vocês nesse Natal ! E que 2010 seja cheio de oportunidades para amar muito e receber em dobro! :)


Muita saúde a todos e um enorme carinho e misericórdia de Deus, abençoando-os infinitamente!


Um beijo grande, muito grata especialmente àqueles que ajudaram com o impossível para fazer a diferença para o Salomão!


Fiquem com Deus,
Luiza.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A velha e boa calçada da Light...


Ainda lembro, como se fosse hoje, dos meus passos apertados passando em frente à Light, rumo ao trabalho. Enquanto isso, minha cabeça cheia de pessoas que me pedem orações e eu pedindo a Deus por cada uma delas. Assim mesmo: andando, pensando e orando.

Sabe aquelas cenas que marcam? Aquela coisa da gente pensar na pessoa e já vir um lugar na cabeça? Assim é para mim a calçada da garagem da Light. Acho que é o quase chegar no trabalho (e o mundo de coisas que vou encontrar lá dentro) que talvez me faça, aqui fora - ali naquele pedaço de rua – pensar, pedir pelas pessoas, pela “última vez” antes de entrar “em cena” (na rotina do trabalho).
Dia desses, em casa mesmo, conversando com Deus e lembrando dessas pessoas, me vinha a imagem da velha calçada da Light. Já passei por ali pedindo por pessoas transtornadas que perderam entes queridos e hoje são pessoas que vivem com serenidade, aceitando o que lhes foi levado...

Já pedi tanto pelo ânimo de tantos doentes... Uns surpreenderam médicos, outros surpreenderam a si próprios...
Já passei por ali desejando que tantas e tantas pessoas desejassem ver as coisas boas da vida... que tivessem vontade de ver tudo o que há de bom e não o que há de dor apenas. E tantas e mais tantas seguem iguaizinhas... nem otimistas, nem depressivas. Apenas iguais.

E eu tava pensando agora – aqui em casa mesmo – quando, de novo, eu estava pedindo a Deus em favor dessas mesmas pessoas, que realmente algumas coisas permanecem iguais e isso não é bom e nem ruim. E nem eterno. Há esperança o tempo todo, pra tudo...

A calçada da Light segue esburacada, algumas pessoas seguem doentes outras, seguem animadas enquanto outras, seguem sem a velha e boa vontade de viver.

E aí, no meio disso tudo, vem como uma memória muito viva eu passando por essa calçada e pedindo a Deus pelo Salomão. Às vezes eu tava vindo de uma visita no INCA, às vezes eu vinha de casa e trazia comigo aquele abraço apertado dele ou aquele adeus antes da expectativa de seu preparo para uma consulta.

Eu não lembro o que eu esperava disso tudo mas sei que minha parte eu fazia: pedia por ele com toda força do meu coração. Com todo amor do meu coração. E quantas e quantas vezes essa oração vinha acompanhada de um sorriso dele, apesar do rosto cada vez mais desfigurado.

Quantas e quantas vezes essa oração vinha acompanhada de um abraço feliz, sincero, de alguém que se sentia tão amado por mim.

Quantas e quantas vezes essa oração vinha acompanhada das próprias mãos de Deus sobre ele e envolvendo o meu coração de tal forma a me mostrar que tudo aquilo já era um grande milagre, tudo aquilo já era uma lição todos os dias, tudo aquilo já marcaria a minha vida para sempre.

Tudo aquilo era dor, mas também era amor.

Dia desses eu lia num ótimo livro que se chama “O que realmente importa” que amar alguém desconhecido é que é o mais difícil. Que colocar na sua vida um outro alguém que chega do nada e que te faz abrir mão das coisas que te são mais importantes, isso é totalmente desafiador. Mas aí está a máxima do verdadeiro amor. E eu fui lendo aquelas linhas e lembrando do quanto, por vezes, me senti tão sozinha por ter decidido amar o Salomão como ele realmente precisava, ama-lo até que ele se sentisse repleto do mais puro amor de Deus e sentisse prazer em acordar todos os dias porque era mais um dia de presente. E por pior que fosse a sua situação, ele não via como um “presente de grego”. Ele sabia ver tudo o que era bom. E sabia agradecer ao Autor da Vida por tudo. Tudo, tudo.
Esse livro que to lendo também pergunta o que a gente faz com os dias que nos são dados e o que deixaremos como legado... (eu sei de cor e salteado, de trás pra frente, de frente pra trás o que o Salomão deixou)

E ali, passando pela velha calçada da Light, às vezes me pego saudosa, lembrando de quando eu pedia a Deus pelo melhor pelo Salomão e desejo, de coração, que todos os que estão nas minhas orações e estão vivos, façam dos seus dias mais belos... tenham vontade de deixar um legado...

Que sintam o amor de Deus por eles através do tanto que eu desejo isso e desejo que refaçam suas forças, seus ânimos, seus sonhos... tanto quanto o Salomão o fez a cada dia de vida.

Sofrer... sofrer... conhecer a dor... também é um meio para se aprender a amar mais. E melhor.

Luiza, 23h e pouca, em 15/02/2011.