quarta-feira, 18 de abril de 2012

Por que existe o sofrimento?

Por que existe o sofrimento?

Saber sofrer é saber viver. Jesus Cristo nos faz compreender o significado do sofrimento. Ninguém sofreu como Ele e ninguém como Ele soube enfrentar o sofrimento e dar-lhe um sentido transcendente. Um dia, Karl Wuysman, escritor francês, entre o revólver e o crucifixo, escolheu o crucifixo. O fato de Jesus ter sofrido como ninguém, e ser Deus e Santo, mostra que o sofrimento não é castigo. Uma prova de que Deus não deseja o sofrimento e não o manda como castigo a ninguém.

Um sinal forte de que o Reino de Deus já estava entre nós, eram as curas, os milagres, os exorcismos, etc, que Jesus fazia, isto é, vitórias sobre o mal e sobre o sofrimento.

Alguns perguntam: "Se Deus existe, então, como pode permitir tanta desgraça?" A resposta cristã para o problema do sofrimento foi dada de maneira clara por Santo Agostinho e por São Tomás de Aquino: "A existência do mal não se deve à falta de poder ou de bondade em Deus; ao contrário, Ele só permite o mal porque é suficientemente poderoso e bom para tirar do próprio mal o bem." (Suma Teológica I qu, 22, art. 2, ad 2). "Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus." (Romanos 8, 28). Deus, sendo perfeitíssimo, não pode ser a causa do mal, logo, é a própria criatura que pode falhar, já que não é perfeita como seu Criador.

Mas o mal pode ser também o uso mau das coisas boas. Uma faca é boa na mão da cozinheira mas não na mão de um assassino... O sofrimento da humanidade, sobretudo, é também fruto dos nossos erros. Paulo disse que "o salário do pecado é a morte" (Romanos 6, 23). Nossos erros geram sofrimentos para nossos descendentes também. Os filhos não herdam os pecados dos pais mas podem sofrer pelas consequências desses pecados.

Para que o homem fosse grande, digno, nobre... Deus o fez livre, inteligente, com sensibilidade, vontade, memória etc. Deus não poderia impedir o homem de Lhe dizer "não", senão, lhe tiraria a liberdade, e ele seria apenas um robô, uma marionete, um teleguiado. E Deus não quis isso. Deus não é paternalista, é Pai: não fica "passando a mão por cima" dos erros dos filhos. Esta é a Lei da justiça: quem erra, deve arcar com as consequências de seus erros.

Mas, para tanto - e sempre - há de haver esse Pai perfeito e cheio de amor, que nos recebe em Seus braços na esperança de sermos sempre melhores.

Felipe Aquino - escritor

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.